domingo, 1 de março de 2009

Um certo moço de olhos-verdes...

Aos momentos de ontem passados com um certo "olhos verdes"...

Volúpia- Florbela Espanca

No divino impudor da mocidade
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
-Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Um comentário:

  1. Muito bom esse poema!
    Forte, muito físico poema!
    Envolvente marcante! Um "arregaaaaço"!!!

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