quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

JIM MORRISON: RITUAL E A FORÇA DO MITO

Jim Morrison: símbolo mítico e ritual. Sem dúvida, Jim Morrison foi um dos símbolos mais significativos dos anos sessenta e setenta, não só no domínio da música, do rock, mas é uma das figuras mais emblemáticas no desenvolvimento da revolução sexual. Podemos confirmar que a sua validade ainda hoje existe e se expressa de diferentes maneiras.

Jim Morrison figura entre os fãs ao redor do mundo, que interagem constantemente no mundo virtual da internet, trocando idéias, avaliações e percepções dos fundamentados idílicos ou como narrações que levam à contínua construção da lenda, do mito, do Rei Lagarto.

Além disso, em termos etnográficos, sob a premissa de que símbolo remete ao mito e, portanto, o rito (Melichar 1996:89), foram obtidos dados de campo no cemitério Père Lachaise para assinalar o aniversário da morte de Morrison, em 03 de julho de 2001, registrando aspectos tanto da parafernália cerimonial e associado com o ritual como motivações e interesses daqueles que foram ao túmulo do herói nessa ocasião.


A hipótese sobre as ações dos fãs de Jim estão no túmulo onde os seus restos mortais se encontram, eles são feitos rituais que são realizados em uma base cíclica, além de Lizard King sobre a construção de uma série de narrativas que se constituem como versões diferentes de um mito. Por mito se entende aquilo que se opera no discurso meta-histórico no qual sinais tornam-se portadores de significados simbólicos. Os eventos reais ou personagens como símbolo (Navarrete, 1999: 245). Em outras palavras, "O mito tem sua língua e aparece na forma narrativa com arguição, tem estilo. Muitas vezes, porém, a beleza tem um história cultural, e a distribuição cultural é contraditória da instituição cultural e como tal, tem funções e significações psicológicas social e religiosa. "(De Waal 1975:209 - 210). O sentido do mito como representação da unidade imaginária e identidade, as influências das práticas sociais dos fãs do Lizard King, fornecendo uma imagem e um sentimento da unidade, independentemente da idade, nacionalidade e posição ou status (cf. Shantz 2000), que reflete não só no engajar e interação diária, mas também através da sua participação em rituais, como ocorre anualmente em Père Lachaise, ou nos encontros de Saraus, livrarias, comunidades na internet, etc.

De acordo com o exposto, e como parte da hipótese acima referida, “qualquer evento, pessoa ou lugar pode ser investido com significado simbólico no discurso histórico e assim, adquirir o estatuto mítico"(Navarrete 1999:244), portanto, consideramos que os fãs e as fãs de Jim Morrison, foram construindo um mito em torno da figura do cantor, desde os tipos de narrativas posições que eles próprios, independente de terem plasmado em seus imaginários como fantasiosas ou reais, constroem uma história em que Morrison surge como herói, semideus ou um deus. Desde pelo menos que a palavra "herói" nos remete, Jim faz parte do "vocabulário da mitologia (e, portanto, mesmo da antropologia religiosa”, mas também de vocação moral ou política, ou... Teatro e muito mais, dentro da esfera ampla da literatura ..."(Augé, 1993:177). Isto é, o mito Lizard King oferece aos seus seguidores um mundo vivo, articulado e carregado de amplos signos e valores significativos.
Em cada mito fala-se de personagens com qualidades especiais, ou sobrenaturalmente, cujas ações comuns com o mundo cotidiano "não pode ser de um herói e, portanto, contribui para dar sentido ao cosmos como uma estrutura social, referindo-se aos valores arcanos dá sentido à ordem ou ao caos e que são decretados ritualmente (cf. Eliade, 1983).

Com base nesses parâmetros, propõem um mito baseado no canônico datado de uma série de manifestações de fãs, onde cada um, mesmo obedecendo a um sentido pessoal e diferente, cada qual encontra os denominadores comuns a seguir, o que faz mover energias internas, psíquicas, as quais dão sentidos e direção.

Primeiro, os atributos físicos do personagem, beleza andrógino - qualificado mesmo como apolíneo -, faz com que eles se sentissem atraídos para essas qualidades. Ele atraiu para essa combinação arquetípica, esses parâmetros estéticos e visuais, sob a batuta acústica, rítmica das composições líricas controversas para a época. Além disso, nas sua aparições em público, sua conduta foi proposta contra a ordem estabelecida e provocou o caos promovido tanto entre os que assistiram shows dos Doors, como entre os que mantinham a segurança local, ou seja, a policia. Morrison provocava as massas com as declarações contrarias a ordem estabelecida, mas muitas vezes incluía seus próprios seguidores. Por outro lado, várias declarações sobre o seu conceito de liberdade, Morrison encorajava as pessoas a quebrarem as grades da prisão que cada ser humano constrói, que as faz sentirem-se incapazes de enfrentar seus medos mais profundos, como medo da sexualidade e do erotismo, abrir a mente para novas experiências, a proximidade da morte, o finito, a vida.

Estes são os princípios que fizeram da vida de Morrison uma figura importante, um herói em plena efervescência ante um mundo que parecia largar a própria pele, enquanto o Rei Lagarto propunha a metamorfose das velhas formas engessadas, cristalizadas e, portanto, "guia" do labirinto. Após sua morte, as mensagens polissêmicas que Jim deixou continuam seu percurso histórico, sempre emitido, tanto por suas ações e significados, contribuições para a sua validade e confere atribuições extraordinárias, em alguns casos podem ser classificados como místicas.

A história da vida de Jim Morrison é inerentemente complexa em muitos aspectos, o que muitas vezes torna difícil de entender em detalhes, inclusive com referência à sua morte. Sua vida foi cheia de acontecimentos importantes para todos envolvidos nos levantes dos anos 60. E ainda dá sentido e relevância para fornecer pontos de referência de um discurso contra as normas estabelecidas, na busca da liberdade.

Jim, como um bode expiatório para os loucos anos da contracultura, desempenhou o papel de desintegrar a ordem social através da promoção da crise sacrificial a ocorrer; ou seja, é transformado em Morrison responsável pelo caos e, portanto, torna-se um Salvador. Por causa de sua morte, voltou à ordem, o bode expiatório é odiado e ao mesmo tempo, o objeto de veneração (cf.Melich 1996).

Ele, em sentido mítico, representa a sua morte(e dos fãs, se assim o seguem) mas que é devolvida no fim, tal como rege o evangelho. Não preservar a vida: “ perder a vida para ganhá-la. Assim o bode expiatório é odiado e ao mesmo tempo, o objeto de veneração (cf.Melichar 1996:155).

A morte dá lugar à imagem e é mantida viva no padrão das substituições, transformando e promovendo-a em efígie, junta-se ao panteão das religiões, o caráter, o modelo, que dá significado e que será atribuído e concebido como um herói, moldado em imagem, configura-se e é endeusado e se tornou símbolo (Augé2001:32).

Com a morte do homem-deus começa a construção mito, da lenda, perpetuado e modificado dinamicamente através do tempo, e cuja função é servir como uma referência para dar uma ordem ontológica e existencial, aderir à figura de culto através de caminhos que são expressos no ritual (Eliade 1983:149-150).

O mito constitui-se como uma sanção, a carta fundacional da ação ritual (Díaz Cruz 1998:246). O rito se caracteriza por ser um ato simbólico que consta de um espaço cênico, espaço constituído por um palco, uma estrutura temporal, atores envolvidos na ação simbólica, organização de eficácia simbólica (Melichar,1996:90), então, “o ritual é a quintessência do costume, hábitos, pois representa a destilação e condensação de muitos costumes seculares e regularidades naturais comuns a todos" (Turner 1980: 55).

No cemitério de Père Lachaise a tumba do rei lagarto constitui-se uma área, um local sagrado, que é praticamente desprovida de símbolos, que carece de elementos icônicos especiais, exceto a placa de bronze colocada em 1991, com uma inscrição em grego antigo*, cujo significado escapa aos fãs que se reúnem lá. Consequentemente, as manifestações de culto envolve a tentativa de "construir" mediante elementos de materiais, um espaço especial. Então, coloque-se a parafernália pesada utilizada no ritual, que é uma série de representações icônicas do uso de espaço que continuamente resacralizam os que chegam ao local e são participantes de uma religião secular que se expressa, ademais, por não ser formalizada, além de ser mais discursivamente em graffiti e que, dialeticamente, é formalizada pela ação reiterativa, repetitiva, estruturadas pelos fiéis a Morrison que, desta maneira, estabelecem uma conexão com o deus-homem, com seu espírito e com a sociedade. Essas atividades, aparentemente públicas, tem sentido e significado dependendo do contexto e das atividades previas ai desempenhadas e de seu significado preestabelecido, baseando-se em signos codificados e cujos significados são descodificados.

O ritual é simbólico, procura e ajuda a construir conexões com o ambiente além do mundo físico e consciente (Gazin-Schwartz 2001:268). O ritual acontece em um local concebido para esse fim, onde se situam os restos do personagem icônico; materiais especiais simbólicos são comumente usados para relacionar à vida e os hábitos de Jim, que os dota de sentido especial e sagrado, aqueles que se reúnem para celebrar o ritual e realizar movimentos estilizados ou regulares, incluindo a quase obrigatoriedade tirar fotos que perpetuam o momento da visita ao local e participação nos rituais, além de proferir palavras para recordar o Rei Lagarto, incluindo cantarolar suas canções ou “recitar" seus poemas. No entanto, uma parte coloca sobre o tumulo diversos escritos, nem sempre visíveis aos olhos de outros, como exclusivos mistérios ocultos. No ritual cria-se ou recria-se uma relação especial entre os seres vivos e o homem-deus, entre o mundo e o submundo, as relações que podem ser um reflexo do cotidiano ou o inverso.

As práticas rituais são formas para que os indivíduos organizem a ambigüidade na vida social e nas relações com o mundo natural; O ritual foi projetado para criar um senso de comunidade entre os participantes, é um mecanismo que fortalece laços de solidariedade e que contribui para a construção de elementos de identidade (cf. Turner, 1988). O ritual faz parte da série de comportamentos que compõem a cosmovisão de seus participantes (Gazin, Schwartz 2001:268). As mesmas práticas discursiva manifestada diariamente por meio de mensagens dos adeptos da internet a Morrison são, em grande medida, práticas de natureza ritual que reforçam as estruturas cotidianas normais e comuns entre os indivíduos que navegam na internet, dialogando sobre deus-homem em busca de uma comunhão dentro de um campo simbólico e espiritual; a comunicação virtual contribui, pararelamente, a construção e ao dinamismo do mito e suas muitas versões no âmbito do simbolismo do rito.

A atividade ritual visa estabilizar as relações entre homens e combina a constituição da alteridade e identidade. Esse tipo de prática atribui a cada indivíduo um lugar e identidade social como a alteridade dos elementos individuais e únicas que se referem a sua origem, e visa também à interpretação e ao domínio de acontecimentos como a morte. O ato ritual permite a constituição da alteridade e da consciência de simbolização, desde que haja um domínio de dois eixos e as duas línguas do rito, ou seja, o da identidade e da alteridade (Augé 1995:84-86).

As identidades são formadas com base em um elemento que se aglutina e que relativo a este se afirma através da alteridade que transcende a sepultura em torno do personagem. A celebração do rito anula as diferenças resultante em função do sexo, idade ou, por exemplo, os indivíduos que professam alguma religião. A comemoração acontece em cada aniversário da morte do Rei Lagarto; é organizada em torno dos diferentes alterações do estado funcional na encenação, que envolve a responsabilidade para a ordem e os espectadores, gerando uma identidade comum que unicamente se constitui fixa no tempo e espaço da cerimónia ritual no cemitério, bem como no ciberespaço da internet (Augé 1995: 88-89).

Profeta, herói, personagem sagrado, semi-deus, guia, deus, senhor, rebelde, mártir, Apolo, ser privilegiado com a sua inteligência e beleza física, dionisíaco, heterosexual, beberrão...


Artigo publicado na Revista da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidad de La Rioja - Espanha

Copiei do blog (que é excelente!)  http://jimmorrisonpoeta.blogspot.com/

domingo, 26 de dezembro de 2010

Soul na vitrola: Mayer Hawthorne


Mayer Hawthorne? Já ouviu falar? Até pouco tempo, eu não sabia quem era esse rapaz com cara de "nerd"(rs), mas quando ouvi a música " Maybe so maybe no", me apaixonei imediatamente!

Mas, quem é esse moço mesmo? Bem, o Mayer é multi-instrumentista, cantor e produtor da nova geração do música Soul, além de ser engenheiro de som e arranjador.

Em seu primeiro álbum "A Strange Arrangement" (2009), Mayer fez quase todo o instrumental das músicas: bateria, baixo, guitarra, piano, sintetizadores, sopros, percussão e vários etcs. E sem contar que os clipes são maravilhosos e mostram sua outra paixão: o skate.


Vale a pena ouvir! Voz perfeita para o Soul! Graças aos Deuses a música ainda tem salvação!


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Jim Morrison- Leitura de Palco na UMESP


Este vídeo foi feito na semana de Arte e Literatura da Umesp.
Fonte: Comunidade "O Navio de Cristal" (Orkut)
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=56421236&tid=5480492683828656568

Como é um vídeo maravilhoso, rico em informações, achei interessante colocá-lo aqui no blog.
É só copiar e colar o link no navegador. Não será necessário baixá-lo!
The Lizard King Live! E sua poesia sempre continuará atual e presente.

Deliciem-se:

http://www.megavideo.com/?v=G39TU8UZ

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Agradecimento! NICE

Estou um pouco ausente do blog devido a problemas de saúde, relatado em algum post passado. Então, olhando os comentários dos posts mais antigos, encontrei a seguinte mensagem no post sobre Jim Morrison (link: http://desregrandotodosossentidos.blogspot.com/2009/01/jim-morrison_01.html#comments)

Ps. Nice, se você ver esse post,entre em contato comigo! Adorei o seu comentário e as poesias...me sinto lisonjeada em receber tão nobres palavras!

15/03/10

Nice disse...
Gosto disso!
Gosto do gosto dos que ainda gostam...
E mais ainda... Gosto de gostos mais apurados!
Das pimentas mais fortes e dos venenos suaves.
Vamos comer tacos!!!

Uma pequena lembrança em respeito ao seu lindo espaço!


EU E VOCÊ
Eu e você, nós é uma união. O pai e a mãe, o sol e a lua.

A chuva e o solo, seus cabelos e seu colo.

Colar sagrado, anel guardado, palavras de união.

A cerimônia do camaleão.

Subir na pedra, segurar tua mão em uma decida perigosa. Tentativa auspiciosa, declaração nas alturas, gargalhar das loucuras.

Sorrir na partida, comemorar na chegada. História a dois jamais apagadas.

Deitado à banheira, despedir-se da viagem e jamais chorar.

Santuário! Não foi nada em vão, de fato foi assim. Então não chore ao despedir-se de mim.

Lembre-se da montanha sagrada, das palavras cantadas e do dia de sol. Lembre-se das brigas e amores em baixo do lençol.

O espião se foi e o camaleão tornou-se rei.

E com o espírito do guerreiro ao seu lado voltei.

Dancei a cerimônia do lagarto rei e histórias antigas lembrei.

E lembrando de histórias, estas, são apenas outras que jamais esquecerei.



A MORTE


Acenderam as velas enquanto minha cama estava sendo pronta.

Escolheram a melhor roupa para mim, forraram minha cama com pétalas coloridas.

Os macacos com seus lacaios estavam em reunião, todos em silêncio aguardavam o começo do show.

Chamaram o homem de preto com seu livro e com uma garrafa no bolso. Ele falou mentiras e todos aplaudiram, alguns choraram em quanto outros apenas olhavam, eram como vampiros silenciosos que aguardavam a presa abatida.

Alguém gritou.

-Ele ainda está aqui!

Trataram de colocar logo o telhado de madeira e algumas rosas sobre ele.

O bolo estava pronto, cantaram parabéns e apagaram as velas.

Até uma estátua fizeram.

E em um lugar tão gentil colocaram minha cama em segurança.

E alguns choravam. Eu apenas sorria.

Pois enquanto vivi, Eu, James Douglas Morrison, da morte apenas sorri.

Da vida nada criei, e do mesmo modo, nada pude fazer, pois desta vida, poucos conhecem histórias que apenas eu deixei.

Andei por caminhos longos e ruas escuras, pois de nada adiantava falar a verdade, se as mentiras sempre foram à atração preferida da platéia.

Ainda existem rumores sobre conspirações e quem as faz, se o vilão apenas partiu?

Idéias ficaram, sonhos roubaram e ainda assim podemos falar de sonhos?

E o que seria se de fato a morte não dormisse comigo?

Talvez uma grande mesa com muitos amigos ao redor, palavras ao vento e sorrisos em face e apenas uma morte como disfarce.

Alexander Chrysostomo


Lindo, não? Eu amei!!!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

White Rabbit... um pouco de psicodelia!

WHITE RABBIT- JEFFERSON AIRPLAINE

Esta canção maravilhosa foi escrita em 1966 por Grace Slick, vocalista da banda Jefferson Airplaine.
"White Rabbit" traça paralelos entre os efeitos alucinógenos do LSD e o mundo imaginário de Lewis Carroll em suas obras Alice no País das Maravilhas (1865) e Alice através do Espelho (1871). Eventos dos livros como a mudança de tamanho após comer cogumelos ou beber líquidos desconhecidos são mencionados.
A intenção da canção era como um "tapa" aos pais que lêem histórias infantis tais quais a de Alice (em que ela usa diversas substâncias alucinógenas para mudar a si mesma), e depois se perguntam porque seus filhos começam a se drogar. Para Grace e outros da década de 1960, as drogas eram parte inevitável de um processo de transcendência da mente e experimentação social.

 


 
Eu, sei bem como é isso...tô tomando um monte de remédios (salve o Rivotril...) e as vezes me sinto pequena ou grande...num mundo estranho, como Alice no País das Maravilhas...

 

 
Algumas curiosidades sobre esta música espetacular:

 
  1. O romance Go Ask Alice, centrada no submundo das drogas, teve seu título criado a partir da canção.
  2. A canção foi utilizada em dois episódios de The Simpsons: "D'oh-in in the Wind" e "Midnight Rx".
  3. A canção é apresentada no filme The Game (1997) em uma cena no qual o protagonista é sujeito a ataques psicológicos.
  4. Richard Nixon canta esta canção no episódio "A Head in the Pools" de Futurama.
  5. A canção e parte de sua letra são mencionadas no livro Insomnia de Stephen King.
  6. "White Rabbit" foi apresentada no filme Platoon (*filme maravilhoso) de Oliver Stone; suas batidas iniciais também foram apresentadas no menu inicial do jogo de computador Battlefield Vietnam.
  7. A canção foi usada no episódio "Hunted" da série Supernatural. (SUPERNATURAL \0/ )
  8. A canção foi usada no episódio "Down Neck" da série The Sopranos.
  9. A canção foi usada no filme C.R.A.Z.Y. do canadense Jean Marc Vallée.
  10. George Benson fez uma versão da canção num álbum homônimo, em 1969.
  11. No filme Medo e Delírio em Las Vegas, o personagem Dr. Gonzo pede para ser eletrocutado enquanto ouve "White Rabbit".
  12. As banda de Heavy Metal Serpent's Knight fez um cover desta canção no seu álbum Released From The Crypt de 1983. Sendo esse álbum o único do grupo, o vocalista Warrel Dane fez novamente um cover de "White Rabbit" na sua banda posterior, o Sanctuary, que deu origem ao Nevermore. O grupo freqüentemente tocava a sua versão da música em suas apresentações, sendo possível ouvi-la no álbum Into the Mirror Black: Reflections e num bootleg de uma apresentação em Detroit, muito difundido na internet.
Fontes: Wikipedia

Eu

Eu...não sou eu mesma que escrevi, mas parece-me que essas palavras são reflexos de meu rosto no espelho.
Este soneto é da Poetisa Florbela Espanca, tente entendê-lo como um momento de desabafo lírico, sei lá...


Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…

Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!


Florbela Espanca- Soneto do Livro de Mágoas 1919.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Uma temporada no Inferno ARTHUR RIMBAUD Parte 1




Une saison en enfer, 1873
Antigamente, se bem me lembro, minha vida era um festim no qual todos os
corações exultavam, no qual corriam todos os vinhos.
Uma noite, sentei a Beleza em meus joelhos. - E achei-a amarga. - E injuriei-a.

Armei-me contra a justiça.

Fugi. Ó feiticeiras. ó miséria, ó ódio, a vós é que foi confiado o meu tesouro!

Tudo fiz para que se desvanecesse em meu espírito a esperança humana.
Como um animal feroz, investi cegamente contra a alegria para estrangulá-la
Conjurei os verdugos para morder, na minha agonia, a culatra de seus fuzis.

Conjurei as pragas, para afogar-me na areia, no sangue. Fiz da desgraça a
minha divindade. Refocilei na lama. Enxuguei-me ao ar do crime. E preguei
boas peças à loucura.

E a primavera trouxe-me o horrível gargalhar do idiota.

Recentemente, quando me encontrava nas últimas, pensei procurar a chave do antigo festim, onde talvez eu recobraria o apetite.

A caridade é essa chave. - Esta inspiração prova que tenho sonhado!

"Sempre serás hiena, etc..." exclama o demônio que me coroou de tão amáveis
papoulas. "Vence a morte com todos os teus apetites, com todo o teu egoísmo
e todos os pecados capitais".

Ah! estou farto de tudo isso: - Mas, querido Satã, eu te conjuro a que não me
fites com pupila tão irritada! e à espera das pequenas covardias atrasadas, para
vós outros que admirais no escritor a ausência das faculdades descritivas ou
pedagógicas, para vós arranco algumas hediondas páginas do meu caderno de
condenado.


Sangue Ruim


De meus antepassados gauleses tenho o olho azul e branco, e a falta de jeito na luta. Julgo minhas vestes tão bárbaras quanto as suas. Mas não unto meus cabelos.

Os gauleses eram os esfoladores de animais, os queimadores de ervas mais incapazes de seu tempo.

Deles, herdei: a idolatria e o amor ao sacrilégio; — todos os vícios, cólera, luxúria — magnífica, a luxúria — e sobretudo a mentira e a preguiça.

Tenho horror a todos os ofícios. Patrões e operários, todos campônios, ignóbeis. A mão que escreve é a mesma que lavra. — Que século de mãos! — Jamais terei mão. Além do mais, a domesticidade leva muito longe. A honestidade dos mendigos me exaspera. Os criminosos me repugnam como os castrados: quanto a mim, estou intacto, e isso pouco me importa.

Mas quem fez minha língua assim pérfida, a ponto de fazê-la guiar e proteger minha preguiça? Sem servir-me nem mesmo do meu corpo para viver, e mais ocioso que o sapo, vivi em todas as partes. Não há uma só família da Europa que eu não conheça. — Quer dizer, famílias como a minha, que tudo devem à Declaração dos Direitos do Homem. — Conheci cada filho de família!

Tivesse eu antecedentes num ponto qualquer da história da França!

Mas não, nada.

É para mim evidente que sempre fui raça inferior. Não posso compreender a revolta. Minha raça não se sublevou nunca senão para pilhar: como os lobos ao animal que não mataram.

Evoco a história da França, filha mais velha da Igreja. Vilão, teria feito a viagem à terra santa; tenho na memória caminhos das planícies suávias, paisagens de Bizâncio, muralhas de Solima; o culto de Maria, a ternura pelo crucificado despertando em mim em meio a mil magias profanas. — Sentei-me, leproso, sobre os vasos quebrados e urtigas, ao pé de um muro carcomido pelo sol. — Mais tarde, cavaleiro, teria dormido sob as noites de Alemanha.

E mais ainda: danço o sabá numa clareira rubra, com velhas e crianças.

Nada recordo além desta terra e do cristianismo. Jamais findaria de rever-me nesse passado. Mas sempre só; sem família; além do mais, que língua falaria? Jamais me vejo nos conselhos do Cristo; tampouco nos conselhos dos Senhores, — representantes do Cristo.

Embora houvesse estado no século anterior: só hoje torno a encontrar-me. Não mais vagabundos, nem guerras incertas. A raça inferior cobriu tudo — o povo, como se diz, a razão, a nação e a ciência.

A ciência! Tudo foi recomeçado. Para o corpo e a alma, — o viático, — têm-se a medicina e a filosofia, — os remédios das comadres e as canções populares arranjadas. E as diversões dos príncipes e os jogos que eles proibiam! Geografia, cosmografia, mecânica, química!...

A ciência, a nova nobreza! O progresso. O mundo marcha! Porque não haveria de girar?

É a visão dos números. Dirigimo-nos ao Espírito. É certo, é oráculo, o que digo. Eu compreendo, e não sabendo explicar-me sem palavras pagãs, preferiria calar-me.

O sangue pagão retorna! O Espírito está perto, porque Cristo não me ajuda, dando à minha alma nobreza e liberdade? Enfim! o Evangelho passou! O Evangelho! O Evangelho.

Espero Deus com gula. Sou de uma raça inferior desde toda eternidade.

Eis-me aqui, sobre a praia armoricana. Que as cidades se iluminem à noite. Minha jornada findou: deixo a Europa. O ar marinho queimará meus pulmões; os climas perdidos me curtirão. Nadar, mastigar a erva, caçar, e sobretudo fumar; beber licores fortes como metal fundente, — como faziam os ancestrais em torno ao fogo.

Voltarei, com membros de ferro, pele escura, olhar selvagem: por minha máscara. Me julgarão de raça forte. Terei ouro; serei ocioso e brutal. As mulheres cuidam desses enfermos ferozes que voltam dos países quentes. Me envolverei nos assuntos políticos. Serei salvo.

Agora sou maldito, tenho horror à pátria. O melhor é dormir, completamente bêbado, na praia.

Não nos vamos. — Retomemos estes caminhos, carregando meu vício, o vício que deitou suas raízes de sofrimento a meu lado, desde a idade da razão — que sobe ao céu, me golpeia, me derruba, me arrasta.

A última inocência e a última timidez. Está dito. Não transmitir ao mundo meus desgostos e minhas traições.

Adiante! A marcha, o fardo, o deserto, a náusea e a cólera.

A quem alugar-me? Qual besta é preciso adorar? Que santa imagem ofender? Que corações devo quebrar? Que mentira devo sustentar? — Em que sangue caminhar? Antes de mais nada, cuidar-se da justiça. — A vida dura, o simples embrutecimento, — erguer, com o punho ressecado, a tampa do ataúde, sentar-se, morrer sufocado. Não mais velhice, nem perigos: o terror não é francês.

— Ah! estou de tal maneira desamparado que ofereço, a não importa que divina imagem, impulsos para a perfeição.

Ó minha abnegação, ó minha caridade maravilhosa! Cá na terra, no entanto!

De profundis Domine, sou um imbecil!

Criança ainda, eu admirava o apenado intratável sobre quem se cerra sempre o cárcere; eu visitava os albergues e estalagens que ele teria santificado com suas estadia; via, com seu pensamento o céu azul e o trabalho colorido do campo; pressentia a fatalidade das cidades. Ele possuía mais força que um santo, mais bom senso que um viajante — e ele, só ele era testemunha de sua glória e de sua razão.

Nos caminhos, nas noites de inverno, sem abrigo, sem vestes, sem pão, uma voz oprimia meu coração gelado: “Fraqueza ou força: aqui estás, esta é a força. Não sabes par aonde vais, nem porque vais, entra em toda parte, responde a todos. Não te matarão mais do que se fosses cadáver”. Pela manhã eu tinha o olhar tão perdido e a fisionomia tão morta, que talvez nem me tenham visto aqueles que encontrei.

Nas cidades a lama me parecia subitamente vermelha e negra, como um espelho quando a lâmpada se move no quarto vizinho, como um tesouro na floresta! Boa sorte, gritava, e via um mar de chamas e fumaça no céu; e, à esquerda, à direita, todas as riquezas flamejavam como um milhão de raios.

Mas a orgia e a camaradagem das mulheres me eram proibidas. Nem mesmo um companheiro. Eu me via diante de uma multidão exasperada, face ao pelotão de execução, chorando a desgraça de que não haviam podido compreender, e perdoando! — Como Joana d`Arc! — “Sacerdotes, professores, patrões, enganai-vos entregando-me à justiça. Jamais pertenci a este povo; jamais fui cristão; sou da raça que cantava em meio ao suplício; não entendo as leis; não tenho o senso moral, sou um bruto: vós vos enganais...”

Sim, tenho os olhos fechados à vossa luz. Sou um animal, um negro. Mas posso ser salvo. Vós sois falsos negros, sois maníacos, ferozes, avaros. Mercador, tu és negro; magistrado, tu és negro; general, tu és negro; imperador, velha sarna, tu és negro: bebeste um licor de contrabando, da fábrica de Satã. — Este povo está inspirado pela febre e pelo câncer. Enfermos e velhos são tão respeitáveis que pedem para morrer em água fervente. — O melhor a fazer é abandonar este continente, onde a loucura ronda para prover de reféns estes miseráveis. Entro no verdadeiro reino dos filhos de Cam.

Conheço ao menos a natureza? Conheço-me? — Não mais palavras. Sepultei os mortos em meu ventre. Gritos, tambores, dança, dança, dança, dança! Não vejo nem mesmo a hora em que, os brancos desembarcando, cairei no nada.

Fome, sede, gritos, dança, dança, dança, dança!

Os brancos desembarcam. O canhão! É preciso submeter-se ao batismo, vestir-se, trabalhar.

Recebi no coração o golpe de misericórdia. Não o tinha previsto!

Jamais pratiquei o mal. Os dias me serão leves, o arrependimento me será poupado. Não terei tido os tormentos da alma quase morta para o bem, na qual ascende a luminosidade severa como a dos círios fúnebres. O destino do filho de família, esquife prematuro coberto de límpidas lágrimas. Sem duvida, a devassidão é estúpida, o vício é idiota; é preciso jogar fora a podridão. Mas o relógio não terá chegado a tocar senão a hora da dor pura! Serei suspenso como uma criança, para brincar no paraíso, esquecido de todas as desgraças!

Depressa! existem outras vidas? — O sono entre riquezas é impossível. Só o amor divino outorga as chaves da ciência. Vejo que a natureza não passa de um espetáculo de bondade. Adeus quimeras, idéias, erros.

O canto judicioso dos anjos se eleva do navio salvador: é o amor divino. — Dois amores! Posso morrer do amor terrestre, morrer de devoção. Deixei almas cujo sofrimento aumentará com minha partida! Vós me escolhestes entre os náufragos, não são meus amigos os que ficam?

Salvai-os!

Nasceu-me a razão. O mundo é bom. Abençoarei a vida. Amarei meus irmãos. Não são mais promessas infantis. Nem a esperança de escapar à velhice e à morte. Deus faz minha força e eu louvo Deus.

O tédio não mais é meu amor. Os ódios, a devassidão, a loucura, dos quais conheço todos os ímpetos e desastres, — todo meu fardo foi arriado. Apreciemos sem vertigens a extensão da minha inocência.

Eu não seria mais capaz de pedir a consolação de uma paulada. Não creio ter embarcado em núpcias, com Jesus Cristo por sogro.

Não sou prisioneiro de minha razão. Disse: Deus. Vejo a liberdade na salvação: como consegui-la? Os gostos frívolos me abandonaram. Não mais necessidade de devoção nem de amor divino. Não deploro o século dos corações sensíveis. A cada um sua razão, desprezo e caridade: ocupo meu lugar no cume desta angélica escala de bom senso.

Quanto à felicidade instituída, doméstica ou não...não, não posso. Sou muito dissipado, frágil em excesso. A vida floresce pelo trabalho, velha verdade: quanto a mim, minha vida me pesa, levanta vôo e flutua longe, acima da ação, esse precioso centro do mundo.

Que solteirona estou me tornando, perdendo a coragem de amar a morte!

Se Deus me concedesse a calma celestial, aérea, a oração, — como os antigos santos. — Os santos! esses fortes! os anacoretas, artistas de uma espécie já extinta!

Farsa contínua! Minha inocência me faria chorar. A vida é a farsa que todos devem representar.

Basta! eis a punição. — Em marcha!

Os pulmões queimam, as têmporas latejam! A noite roda em meus olhos, através deste sol! O coração...os membros...

Para onde vamos? ao combate? Sou fraco! os outros avançam. As ferramentas, as armas,...o tempo!...

Fogo! fogo sobre mim! Lá! ou me rendo. — Covardes! — Eu me mato! Me jogo às patas dos cavalos!

Ah...

— Me acostumarei a isso.

Seria a vida francesa, a senda da honra!
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Sobre o maravilhoso poeta visionário Rimbaud:
http://desregrandotodosossentidos.blogspot.com/search/label/Rimbaud



quarta-feira, 21 de julho de 2010

Minha depressão X a vontade de viver

Parece meio estranho, mas é assim que me sinto.
Fui diagnosticada com Depressão grave e Síndrome do Pânico... no começo foi difícil aceitar, mas já não estava muito bem fisicamente e mentalmente, só chorava, tinha pensamentos suícidas, não tinha forças pra levantar da cama nem pra ir ao banheiro, e fora o sentimento de culpa que dominava minha mente.
Meu médico disse que isso vem de muito tempo- perdi amigos, meu pai faleceu de uma doença grave um mês antes de eu completar 13 anos, minha mãe nunca foi presente e quando fui morar com ela, foi um sofrimento só.... meu pai me deixou uma pensão e ela acabou torrando tudo.... Mas mesmo assim levava a vida numa boa, só que uma hora a bomba estourou!
Tenho crises noturnas (já que tenho insônia) e as vezes tenho crises de dia mesmo. E é justamente nessas crises que vem os pensamentos suicídas...
Mas eu tenho uma vontade tão grande de viver... viajar, concluir a faculdade que larguei.... tá difícil.
E ainda tenho que suportar preconceitos...

Sem mais a dizer....apenas um desabafo!


SÓ NÃO ME DIGA QUE NÃO HÁ MAIS ESPERANÇA! (Trecho da música Hey You do Pink Floyd)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Forma e Conteúdo- Eduardo Marinho





1
Quem dá valor demais à forma
pode não perceber o conteúdo;
quem percebe o conteúdo
costuma não dar
Valor demais
à forma.

Forma sem conteúdo é corpo sem
Alma, vazio e sem significado.


Conteúdo sem forma é alma sem
Corpo, incomunicável e inútil.

2
A evolução da consciência
leva à consciência
da evolução.

Na formação de convicções,
duvidar é fundamental.

Recusar o aprendizado é escolher
a dor por mestra. A escuridão, às
vezes, serve para valorizar a luz.

Enquanto o orgulho se ofende
a humildade aprende.

3

Arte Útil

Um grão de dom,

alguma aplicação,

ser artista é fácil.

Difícil

é viver de arte

e não a corromper.

Difícil

é viver

de arte útil

ao aprimoramento

do ser humano,

da humanidade.

4
Mentiras convenientes que contamos a nós mesmos,para mascarar realidades incômodas, nos adoecem o espírito.
E a alma, doente, acaba debilitando o corpo.

Repitimos pensamentos planejados para pensarmos. Assumimos valores impostos pelas mídias,cobrando uns dos outros como de fossem verdades. Não produzimos nossos próprios pensamentos, não desenvolvemos nossos próprios valores.

Consciência, sentimento, caráter estão em um plano secundário. Bonito, mas "irreal". A busca do consumo, da posse, a competição desenfreada, isso é a "realidade". O ter, não o ser. A forma, não o conteúdo. Disputar, não compartilhar.

E a alma adoece de angústia.

5
Uma sociedade que admite como inevitáveis a miséria, a ignorância e a exploração, é uma sociedade enferma- de orgulho, de falsidade, de inconsciência, de indiferença e de perversidade.

Miséria gera criminalidade.
Violência gera violência.

Isso foi transformado emfonte de lucro- indústria de armamentos, sistemas de segurança, cercas eletrificadas, segurança privada, urbana e rural, patrimonial e pessoal...

Desumanidade gera desumanidade.

Vivemos a barbárie, comilhas de fartura, sofisticação e bem-estar. E em toda parte correntes, feitas de mentiras, nos aprisionam.

6
7

Quanto mais acreditarmos nas mentiras que nos contam, todo dia, toda hora, mais fortes e resistentes serão as grades e correntes que nos prendem.

8
Querem me fazer acreditar que o presidente preside, que o governador governa, que o legislador legisla e que eles têm liberdade pra isso.
Querem é me fazer de otário.
Nesta sociedade aleijada manda mais quem paga mais -e quem pode mais pagar do que esses mega-empresários nacionais
e transnacionais?

9
10
A intuição supera a lógica

Sentir é mais que saber.

Cada um
tem direito
de ser
do seu jeito.

Sem respeito
a relação
dá defeito.

11
Origem humilde?

Ou origem pobre?

Humildade é pobreza?

Ou é nobreza
de caráter?

12

Olhar para o mundo

e para nossas relações

é mais completo

quando se olha, também,

profunda e sinceramente,

para dentro de si mesmo.

13
14

Peraí!
Custo social?
Para que a população seja menos ignorante,
não é preciso investir, à vera,em instrução e informação?
Por que "custo", e não "investimento" social?
Custo pressupõe necessidade de contenção, diminuição ou eliminação.
Investimento pressupõe retorno, em educação, saúde, trabalho, transporte...
...em qualidade de vida e consciência.

15

A virtude, acompanhada de orgulho e estimulada por elogios e bajulações pode acabar degenerada em mera hipocrisia.

A virtude é mais forte, mais bela e mais profunda quando a humildade está em sua companhia.

16
Textos e ilustrações e capa originais e matrizes serigráficas impressão e montagem por
EDUARDO MARINHO

- todos os processos são manuais-

arteutil.em@gmail.com
http://www.observareabsorver.blospot.com/
http://www.sobrenuestramerica.blogspot.com/










quarta-feira, 14 de julho de 2010

Lutar consigo mesmo é dose, viu?

Há alguns anos eu era plena, segura e achava que tudo na vida iria dar certo com os devidos esforços e recompensas. Mesmo com diversos obstáculos sentia uma felicidade total, aquela felicidade de criança, sabe? Era atleta (que saudades do volêi), tinha amigos excepcionais (galera de Patrocínio Paulista, vcs foram demais!),tocava violão e até já fui vocalista de banda de Rock e de um pequeno projeto de MPB.
Me sentia uma fortaleza em relação a sentimentos e emoções. Estresse,fadiga, ansiedade e impaciência não faziam parte do meu perfil.
Porém, tudo isto foi sumindo...não me refiro as pessoas ou a banda, mas sim aos meus sentimentos.
Agora estou em luta comigo mesma, em particular com o meu rebelde cérebro. Não, eu não perdi a inteligência ou a sanidade, perdi o combustivél da alma: o prazer, a felicidade ou como o meu médico diz: "temos que reestabelecer os níveis de sua serotonina"...
Para Hipócrates isso se descreveria como "Melancolia", mas Galeno nos deu uma palavra mais descritiva, "Depressão", que no dicionário significa "baixa de terreno", "grande tristeza" e "crise econômica". No meu dicionário: "fundo do poço total", grande tristeza mesmo" e "a grande crise da alma".


Vicent Van Gogh pintou esse quadro em 1890: um homem demonstrando todo o seu sofrimento e falta de esperança, causadas pela depressão:




Está difícil de me reencontrar, mas não será impossível...de vez em quando eu ainda sinto prazer em sentir o vento refrescante no rosto...
Mas o importante é que pelo menos tenho um namorado que me dá muita força e o pouco de prazer e felicidade que ainda sinto são proporcionados por ele.
Pelo menos eu não estava errada quando sempre pensei que o amor cura tudo, ou ajuda a curar! Que o amor é muito mais importante do que dinheiro.
Graças aos Deuses nem tudo está perdido!

Não foi nada fácil escrever essas palavras,já que a maioria das pessoas pensam coisas absurdas sobre essa doença que nem vale a pena comentar. Mas como sempre, desde criança, nunca me importei com o que os outros acham de mim. Resolvi fazer essa relato porque...olha,eu nem sei o porque, vai saber? Não sei nem de mim mesma!

sábado, 13 de março de 2010

Viajando com JAMIROQUAI

Música é a minha paixão, meu ar. E o Jamiroquai é minha banda preferida, entre o estilo Jazz/blues/disco, sei lá como posso definir a música deles; o que importa é a qualidade musical desses caras: voz perfeita, suingueira gostosa do contrabaixo e da guitarra, bateria, percursão e sopro excitantes! Defino o Jamiroquai sempre como "Os Mestres". Fica até difícil dizer qual é a minha música favorita, mas tenho duas que são as mais especiais: Space Cowboy (que junto com a "cheeba" me coloca num outro nível, numa "zona inter-planetária")e When you gonna learn (que descreve muito bem nossos problemas decorrentes do consumismo moderno).
Posto aqui a performance ao vivo dessas maravilhas musicais e abaixo as traduções. Pra ouvir e viajar!!!




Tudo está bom e "marrom"
Oh, estou aqui novamente
Com um sorriso brilhante no rosto
Meus amigos estão à disposição
E todas as minhas inibições
Desapareceram sem deixar vestígios
estou contente, oh, encontrei
Alguém em quem posso confiar

Este é o retorno do cowboy do espaço
vibrações positivas da zona inter-planetária
Na velocidade da "erva", oh,você e eu vamos mais fundo
Talvez eu tenha que ficar "alto" pra ficar "numa boa", hey
Eu tenho essa vibração da "erva"

Tudo está bom e "verde"
Estou "vermelho" novamente
E eu não acho que o efeito está passando
Posso ver claramente, tão alto no céu
Um homem com molduras de quadros psicodélicos
de felicidade escondida em seus olhos
Ele está contente, oh, é que ele encontrou, ooh
Alguém em quem ele pode confiar

Este é o retorno do cowboy do espaço
Vibrações positivas da zona inter-planetária
Na velocidade da "erva", oh você e eu vamos mais fundo
Hey agora, talvez eu tenha que ficar "alto" só pra ficar "numa boa", hey
Talvez eu fique "alto"
Hey talvez eu fique muito "alto", hey
Muito "alto", muito "alto" sim, você e eu
Hey

Agora, este é o retorno do cowboy do espaço
Oh, a vibração positiva da zona inter-planetrária

Ficar "alto", oh ficar "alto"
Oh, este é o retorno do cowboy do espaço
Vibraçoes positivas da zona inter-planetária

Este é o retorno do cowboy do espaço
Vibraçoes positivas da zona inter-planetária
Na velocidade da "erva", oh você e eu vamos mais fundo
Hey, agora vamos mais fundo, oh, agora vamos mais fundo
Você e eu, você e eu, você e eu, você e eu
Você e eu, você e eu, você e eu, você e eu
Agora vamos mais fundo, sim!






Você ouviu as novidades hoje?
Pessoas por todo o mundo,
Estão garantindo que irão jogar o jogo
Vítmas de um mundo moderno,
A circunstância nos trouxe aqui,
O fim está muito próximo
Muito, muito próximo agora
Previsão é a única chave
Para salvar o destino de nossas crianças,
As conseqüências são tão graves,
Muito, muito graves agora
Nós somos escravos dos hipócritas.
Então meus amigos para impedir o fim
Dependemos de cada lado
Oh dependemos
Montanha alta e rio profundo,
Pare com isso,
Nós temos que acordar esse mundo de seu sono.
Gente, pare com isso.
Yeah, yeah
Você ouviu as novidades hoje?
Dinheiro está no cardápio de meu restaurante favorito,
Agora não me fale de quantidade,
Pois não restam peixes no
Mar.
Homens gananciosos foram matando toda vida que
Sempre houve,
E é melhor você fazer do jeito da
Natureza,
Ou ela irá levará tudo isso embora,
Não tente me dizer que você sabe mais do que ela sobre certo e errado,
Agora você alterou o balanço, homem, fez a única coisa que você podia,
Agora minha vida está em suas mãos,
Montanha alta e rio profundo.
Oh yeah
Nós temos que parar com isso,
Temos que acordar esse mundo de seu sono,
Oh gente,
Parem com isso,
O homem ganancioso vai desaparecer,
Quando nós pararmos com isso,
Eu sei que tem de ser desse jeito,
Oh gente,
Pare com isso,
Estou perguntando, oh,
Quando você vai aprender?
Para parar com isso, agora quando você vai aprender?