segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mais Morrison!!!




"GASTA-SE MAIS EM TABACO E ÁLCOOL DO QUE EM SAÚDE E EDUCAÇÃO, ESSA É A AMÉRICA"...




JIM MORRISON - OS MISTÉRIOS DO SER
Jim deixou-nos algumas canções e outros poemas. Viajou por terras onde nunca alguém havia penetrado e daí extraiu, por magia ou eloquência, o hedonismo da conquista. Violou o que de mais precioso nos pertence – O nosso lado mais secreto com as divindades. Por tal, não merece a redenção. Mas será que alguma vez a procurou? Esta noite não pretende ser uma homenagem a Jim Morrison. Nem tão pouco uma noite de evocação ou prantos. Uma reunião? Talvez… Um reencontro de energias onde o Xamã Álvaro Costa convoca Rui Pedro Silva e exorta os mitos e as lendas de um poeta – Era só isso que Jim queria. Ser um poeta como Kerouac ou Rimbaud. Nada mais… Indiferentes a sua mais ínfima vontade, fizemos de James Douglas Morrison a maior Rock Star de todos os tempos.No final da transmissão, conversa e uma revisita á música dos Doors, com o Dj Lizard Mojo… Noite dentro… Nas penetráveis portas da Casa das Artes.
Texto escrito por ocasião de uma homenagem a JIM MORRISON na Casa das Artes, PORTUGAL.
A CASA DAS ARTES é uma das melhores Casa de Cultura de Portugal e da Europa.




Coloco aqui mais poesias desse ser maravilhoso que, com suas poesias e letras de músicas conseguiu incomodar os farsantes do poder (tanto que rola uma "lenda" que Jim fora assassinado pelo FBI). Este poema "An American Prayer" é um dos meu favoritos:



Um Orador Americano




Conheces o quente progresso de baixo das estrelas?
Sabes que existimos?
Terás esquecido as chaves
do Reino?
Terás nascido ja
& será que estás vivo?
Reinventemos os deuses, todos os mitos
das eras
Celebremos os símbolos das anciãs florestas profundas
(Terás esquecido as liçõesda guerra antiga)
Precisamos de grandes cópulas douradas
Os pais cacarejam nas árvores
da floresta
A nossa mãe está morta no mar
Sabes que estamos a ser conduzidos ao matadouro
por plácidos almirantes
& que lentos generais gordos
se tornam obscenos com o sangue jovem
Sabes que somos governados pela TV
A lua é uma besta de sangue seco.
Bandos de guerrilheiros contam efectivos
no próximo canteiro de verdes vinhas
preparando-se para a guerra
contra inocentes pastores que
se limitam a morrer
Ó grande criador do Ser
Concede-nos uma hora mais
para exibirmos a nossa arte
& aperfeiçoarmos as nossas vidas
As traças & e os ateus são duplamente divinos
& mortais Vivemos, morremos
& a morte não é o fim
Viajemos ainda mais para dentro do
Pesadelo
Agarra-te à vida a nossa flor apaixonada
Agarra-te ás conas & caralhos do desespero
Obtemos a nossa última visão com o esquentamento
A virilha de Colombo
encheu-se de morte verde
( Toquei a coxa dela& a morte sorriu)
Reunimo-nos no interior deste antigo
& insano teatro
Para propagarmos o nosso desejo pela vida
& escaparmos à enxameante sabedoriadas ruas
Os celeiros foram arrasados
As janelas conservadas
& apenas um de todo o resto
Dança & nos salva
Com o divino arremedo
das palavras
A música inflama o temperamento
( Quando os verdadeiros assassinos do
Reitêm licença para vaguear livremente
1000 Magos erguem-sena terra)

Onde estão as festas que nos prometeram
Onde está o vinho
O Vinho Novo
( morrendo na vinha )
gozação permanente
dá-nos uma hora para a magia
Nós os da luva púrpura
Nós os do voo do estorninho
& da hora de veludo
Nós os gerados por prazeres arábicos
Nós os da cúpula do sol & da noite
Dá-nos um credopara acreditarmos
Uma noite de Luxúria
Dá-nos confiança
Na Noite
Dá de corcem matizes
Uma rica Mandala
para mim & para ti
& para a tua sedosa
e almofadada casa
uma cabeça, sabedoria
& uma cama
Confuso decreto
A gozação permanentete reivindicou
Customávamos acreditar
nos bons velhos tempos
Que ainda recebemos
sem modo escasso
As Coisas Amáveis
& o sobrolho carregado
Esquecem & consentem
Sabias que a liberdade existe
num livro escolar
Sabias que os loucos são
quem dirige a nossa prisão
dentro de uma jaula, dentro de uma gaiola
dentro de um branco, livre e protestante
Estado de confusão violenta
Empoleirámo-nos, temerários
à beira do aborrecimento
Estendemo-nos para a morte
na ponta de uma vela
Esforçamo-nos por algo
que já nos encontrou
Podemos inventar os nosso próprios reinos
grandes tronos purpúreos, aquelas cadeiras de luxo
& amar nós devemos, em camas de ferrugem
Portões de ferro fecham os gritos do prisioneiro
& a musiqueta, Onda Média, embala os seus sonhos
Sem o orgulho dos negros para alçar os sorrisos
enquanto os anjos trocistas coam as aparências
Ser a colagem do pó de revista
Esboçada na testa dos muros da confiança
Isto é só prisão para aqueles que devem
levantar-se de manhã & lutar por tais
padrões inutilizáveis
enquanto raparigas chorosas
exibem penúria & caretas
delirantes a uma turba
louca

Uau, estou farto de dúvidas
Vivo à luz de um certo
Sul
Laços cruéis
Os servos têm o poder
homens-cão & e as suas mulheres mesquinhas
esticam pobres cobertores sobre
os nossos marinheiros
(& onde estavas tu na nossa
hora difícil)
A mungir o teu bigode?
ou moendo uma flor?
Estou farto de rostos severos
Fixando-me da torreda TV.
Quero rosas no
meu caramanchão, entendes?
Bebés reais, rubis
devem agora substituir estranhos
abortados na lama
Estes mutantes, alimento sanguíneo
para a planta cultivada
Estão à espera de nos levar ao
jardim separado
Sabes o quão pálida & sensacionalmente travessa
chega a morte, numa hora estranha
não anunciada, não planeada
como um aterrador convidado amigável que tutrouxeste para a cama

A Morte faz anjos de todos nós
& dá-nos asas
onde tínhamos os ombros
suaves como as garras
de um corvo
Basta de dinheiro, basta de vestidos bonitos
Este outro reino parece de longe o melhor
até a sua outra mandíbula revelar incesto
& perder obediência a uma lei vegetal
Não irei
Prefiro uma festa de Amigos
à Família Gigante

(II)

Grande Cristo gritante
Olaré
Maria Preguiçosa quererás levantar-te
numa manhã de domingo
"O filme irá começar em 5 momentos"
Anunciou aquela voz sem sentido
"Todos os que estiverem de pé, esperarão
pelo próximo espectáculo"
Desfilámos lentamente, languidamente
até ao átrio. O auditório
era vasto & silencioso
Enquanto nos sentávamos & fomos obscurecidos
A Voz continuou:"O programa para esta noite não é novo.
Já viram
este entretenimento uma & outra vez
Viram o vosso nascimento, a vossa
vida & morte; podem recordar-sede tudo o resto -
(tiveste
um bom mundo quando
morreste?) - suficiente
para basear um filme?"
Uma risada metálica bateu-nos
no espírito como um punho
Vou-me embora daqui
Onde é que vais?Ao outro lado da manhã
Por favor, não afugentes as nuvens
os pagodes, os templos
A cona dela agarrou-o
como uma mão quente
e amigável
"Está tudo bem.
Todos os teus amigos estão aqui."
Quando posso ir ter com eles?
"Depois de comeres"
Não tenho fome
"Oh, queríamos dizer bateres"
Corrente de prata, grito prateado
concentração impossível
Aí vêm os comediantes
vejam como eles sorriem
Vejam-nos dançar
uma milha índia
Vejam como gesticulam
Um tal aprumo
Dá gestos a toda a gente
Palavras fragmentam
Palavras sejam rápidas
Palavras parecem bengalas
Planta-as
E elas crescerão
Vê como vacilam então
Serei sempre
um homem de palavra
Mais que um homem-pássaro
Mas ponho na conta
Não se vá embora
sem depositar um dólar
Tenho de dizer outra vez
em voz alta, percebeste a ideia
Não há comida sem o aumento de combustível
Ora esta, o espalhafato irlandês
soltou-me o bico
no pico dos poderes
Ó rapariga, solta
o teu pente atormentado
Ó mente preocupada
Peca nos sertões
perdidos através do esconderijo
Ela cheira a dívida
no meu novo colarinho
Prosa arrogante
Amarrada num rede de veloz perseguição
Por isso a obsessão
É fácil admitir
um ritmo rápido e emprestado
A Mulher meteu-se entre eles
Mulheres de todo o mundo uni-vos
Tornem o mundo seguro
Para uma vida escandalosa

Hee Heee
Corta a goela
A vida é uma anedota
A tua mulher está num fosso
O mesmo barco
Lá vem a cabra
Sangue Sangue Sangue Sangue
Estão a transformar o nosso universo
numa anedota

(III)

Caixa de fósforos
Serás tu mais real que eu
Vou queimar-te, & libertar-te
Chorou lágrimas amargas
Cortesia excessiva
Não esquecerei

(IV)


Uma doentia lava quente assomou,
Sussurrando & borbulhando
O rosto de papel.
Máscara-espelho, amo-te espelho.
Sofrera uma lavagem cerebral durante 4 horas.
O Tenente baralhou de novo"pronto a falar"
"Não senhor" - era tudo o que ele diria.
Regressa ao ginásio
Meditação
muito pacífica
Base aérea no deserto
espreitando para fora através das persianas
um avião
uma flor do deserto
boneco fixe
O resto do Mundo
é imprudente & perigoso
Olha para os
bordéis
Exploração de
Filmes para machões

(V)

Um barco sai do porto
cavalo ruim de um outro matagal
fúrcula do desejo
desacredita a raposa de metal.

Um comentário:

  1. Bom estou impressionado o porque ninguém comentou suas edições sobre o Jim, sua visão é muito apurada sobre a arte estou agradecido desde de já pela leitura proporcionada do seu bem elaborado blog.

    Queria perguntar se tus escreves também?

    Ass: Alexandre D.M filho do nada

    ResponderExcluir