sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
O Maiakóvski nosso de cada dia...
Grita-se ao poeta:
“Queria te ver numa fábrica!
O que? versos? Pura bobagem!
Para trabalhar não tens coragem.”
Talvez
ninguém como nós
ponha tanto coração
no trabalho.
Eu sou uma fábrica.
E se chaminés
me faltam
talvez
sem chaminés
seja preciso
ainda mais coragem.
Sei.
Frases vazias não agradam.
Quando serrais madeira
é para fazer lenha.
E nós que somos
senão entalhadores a esculpir
a tora da cabeça humana?
Certamente que a pesca
é coisa respeitável.
Atira-se a rede e quem sabe?
Pega-se um esturjão!
Mas o trabalho do poeta
é muito mais difícil.
Pescamos gente viva e não peixes.
Penoso é trabalhar nos altos-fornos
onde se tempera o ferro em brasa.
Mas pode alguém
acusar-nos de ociosos?
Nós polimos as almas
com a lixa do verso.
Quem vale mais:
o poeta ou o técnico
que produz comodidades?
Ambos!
Os corações também são motores.
A alma é poderosa força motriz.
Somos iguais.
Camaradas dentro da massa operária.
Proletários do corpo e do espírito.
Somente unidos,
somente juntos remoçaremos o mundo,
fa-lo-emos marchar num ritmo célere.
Diante da vaga de palavras
levantemos um dique!
Mãos à obra!
O trabalho é vivo e, novo!
Com os aradores vazios, fora!
Moinho com eles!
Com a água de seus discursos
que façam mover-se a mó!
(Maiakóvski)
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Jim Morrison! 08/12/1943
"Longínqua Arden"
Nesse ano
Tivemos uma intensa visitação
de energia
Sinais
Quando a escura noite da rádio existia
& assumia o controle, & curtíamos o rock na sua teia
consumidos pela estática, & atingidos com medo
éramos arrastados de
um sono profundo, & acordado
sao fim do dia por guardas preocupados
& feitos para serem guiados através da selva
húmida de orvalho ao súbito cume, donde se avistava
O mar...
Uma vasta e radiante praia & e uma fria
lua coberta de jóias. Casais nus
correm pelo seu lado sossegado &
nós rimos como suaves e loucas crianças,
presumidos no confuso juízo de algodão
da infância.
A música & vozes rodeiam-nos
Escolhe, Eles trauteiam
Os Antigos
O tempo chegou
Escolhe agora, Eles trauteiam
Debaixo da lua
Ao lado de um lago antigo
Entra de novo na doce floresta
Entra o sonho ardente, vem conosco
Tudo se desmembrou
& dança(Música do Mte.Violino)
Noite de luar
Aldeamento do Mte.Louco nos bosques
nas árvores densas
Sob a lua
Debaixo das estrelas
Eles cambaleiam & dançam
A gente nova
Guiados ao Lago
pelo Rei & Rainha
Ó, eu quero estar lá
Eu quero que estejamos lá
Junto ao lago
Debaixo da lua
Fria & inchada
gotejando o seu quentelicor
SSSSSSSSSSSSSSSSSSS
Momento gélido junto a um lago
Uma Faca foi roubada
A morte da serpente
Eu conheço o mar impossível
quando os cães ladram
Eu sou um pássaro de morte
Malandro pássaro da noite
Ave de rapina, Ave de rapina
voando alto, voando alto
no céu de Verão
Ave de rapina, Ave de rapina
voando alto, voando alto
Suavemente passa
Ave de rapina, Ave de rapina
voando alto, voando alto
Vou morrer?
Ave de rapina, Ave de rapina
voando alto, voando alto
Leva-me no teu voo
Índios espalhados na auto-estradada alvorada, sangrando
Fantasmas enchem a frágil mente
da criança
Cascata subaquática, Cascata subaquática
As raparigas regressam dos bailes de verão
Vamos roubar o olho que nos vê a todos
Diz-lhes que vieste & viste & olhaste
nos meus olhos, & viste a sombrado guarda a afastar-se
Pensamentos no tempo & fora de estaçãoO que pedia à boleia estava na beira da estrada
& elevou o seu polegar no
calmo cálculo da razão(passa um carro)
Porque gira a minha mente em tua volta?
Porque é que os planetas se perguntam como
Seria estar na tua pele?
Todas as tuas ternas e selvagens promessas eram palavras
Pássaros, num voo sem fim
O teu cão ainda está perdido nos bosques gelados
ou então correria para ti
Como pode ele correr para ti
Desorientado com doença sangrenta na neve
Ele ainda está a farejar portões & procurando
nos Estranhos o teu cheiro
que ele recorda muito bem
Vês a lua na tua janela?
A sua loucura rindo
Ainda podes descer ao banco de rochedo
sao fundo da praia sem ele?
Fotografia de Inverno
O nosso amor está em perigo
Fotografia de Invernoo nosso amor está em perigo
Fico de pé toda a noite, falando, fumando
Recordo os mortos & espero a manhã( Irão os nomes amenos & as faces voltar
A floresta de prata acaba?
Suite do Condado Laranja
Bem, eu costumava conhecer alguém encantador
Ela tinha laços laranja no cabelo
Ela era cá uma tripe
Raramente estava presente
Mas eu amava-a
Mesmo assim.
Havia chuva na nossa janela,
O rádios estava partido
Mas ela sabia conversar, oh sim,
Aprendemos a falar
E um ano
Passou
Um caminho tão tão longo à procura disso
Tudo o que fizemos foi deitá-lo a perder
Tínhamos tudo
O que os amantes alguma vez tiveram
E simplesmente estragamos tudo
E eu não estou triste
Bem, estou louco
E estou mal
E dois anos
Passaram
Agora o seu mundo era laranja vivo
E o fogo brilhava
E a amiga dela teve um bebé
E ela vivia connosco
Sim, entrámos pela janela
Sim, batemos à porta
O telefone dela não respondeu,
Sim, mas ela ainda está em casa
Agora o pai dela faleceu
& a sua irmã é uma estrela
& a sua mãe fuma diamantes
& dorme cá fora no carro
Sim, mas ela recorda-se de Chicago
Os músicos & as guitarras
& a erva junto ao lago
& as pessoas que riam
& faziam o seu pobre coração doer
Agora vivíamos lá em baixo no vale
Trabalhávamos na quinta
Trepávamos ao cimo das montanhas
& tudo estava bem
& eu ainda cá estou
& tu ainda lá estás
& ainda andamos por aí
Bem, vou contar-vos uma história de whiskey
& místicismo & homens
E sobre os crentes & de como
tudo isto começou
Primeiro haviam mulheres & crianças obedecendo
à lua
Depois a luz do dia trouxe sabedoria & febre
& doença demasiado cedo
Podes tentar relembrar-me
em vez do outro
tu podes
Podes ajudar a garantir
Que tornamos insegura a nossa autoridade
Se não prestas atenção
Não tentarei dizer a tua
nova mão
É assim, não vês
Que todos temos o nosso fim
na banda?
E se todos os professores & pregadores
da abundância fossem
acusados
Podíamos ver um grande futuro
para mim nas areias literais
E se todas as pessoas
pudessem exigir a verificação
de tal arrependimento
Bem, nós não teríamos perdão
esquecimento fiel
remorso
Por isso eu digo-te
Eu digo-te
Eu digo-te
Temos de mandar embora
Temos de tentar encontrar uma nova
resposta em vez de
um caminho.
Todos Saúdem a Noite Americana
E assim eu digo-vos
O lenço de seda foi
bordado na China ou no Japão
por trás da cortina de ferro. E
ninguém pode atravessar a linha da fronteira
sem as credenciais devidas.
Isto é para dizer que somos todos
sensatos & ocasionalmente tristes
& se todos os parceiros no crime
incorporassem promessas
nos seus programas, a dança
podia acabar & todos os nossos amigos
se seguiriam
Quem são os nossos amigos?
São tímidos & tristonhos? Têm
grandes desejos? Ou
são um dos da multidão que
caminha duvidando do seu impossível
arrependimento. Certamente as coisas acontecem
& re-ocorrem em contínua esperança;
Todos nós encontramos um nicho
seguro onde podemos acumular
riquezas & falar com os nossos colega
sna mesma premissa de desastre.
Mas isto não serve. Não, isto
jamais servirá. Há
continentes & costas que
imploram a nossa compreensão.
Poucas vezes fomos tão lentos.
Poucas vezes estivemos tão longe.
O meu único desejo é ver a
Longínqua Arden outra vez.
A verdade está dentro dele
A excitação celular
Inspirou totalmente o nosso mágico
Veterano. E agora por uma
velha viagem. Estou cansado de pensar.
Quero que as velhas formas
reafirmem a sua frieza sexual.
A minha mente está apenas - tu sabes.
E esta manhã antes de eu sair
Gostava de falar-te
sobre a Rádio Texas & A Grande Batida.
Desloca-se para o perímetro do
teu sagrado, sincero & dedicado
Sorriso como um calmo sobrevivente
da guerra psíquica. Ele não
era general porque não era velho.
Ele não era soldado raso (ou propriedade privada?)
porque não podia ser vendido.
Ele era apenas um homem & a sua
dedicação estendia-se até ao último
grau. Pobre soldado pretensioso,
volta para casa. A escura tarde de
Los Angeles está a enevoar a Igreja
que nós frequentávamos & tenho saudades
do meu rapaz. Estupidez em verde
-O que é o verde? Quando
eu vejo a T.V. & vejo
helicópteros remoendo a sua
brutal & beneficente sensação
sobre os campos & murais
Eu posso apenas sorrir & preparar uma refeição
& pensar na criança que
um dia será tua dona.
Concluindo, querida, deixa--me repetir: a tua casa ainda é
aqui, inviolada & certa
e eu abro o sorriso largo da
minha lembrança. Isto é para ti
no aniversário da nossa primeira
noite. Sei que gostas
que fale assim. Espero
que ninguém veja esta mensagem
escrita na calma, só,
distante, lânguida tarde de verão
Com todo o meu amor.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Compartilhando sentimentos
(Just Friends- Back to black)
Quando é que nós vamos arranjar tempo para sermos apenas amigos?
Nunca é seguro para nós, nem mesmo à noitinha,
Porque eu venho bebendo.
Nem de manhã, quando sua maconha está dando onda.
É sempre perigoso quando todos estão dormindo,
E eu estive pensando:
Nós podemos ficar sozinhos?
E, não, eu não tenho vergonha, mas a culpa vai te matar
Se ela não (terminar o relacionamento) primeiro.
E eu nunca vou te amar como ela.
Então a gente precisa encontrar um tempo
Para fazer logo essa merda juntos,
Porque está ficando pior.
Eu quero te tocar,
Mas só que machuca.
Compartilhando sentimentos com ARTHUR RIMBAUD!
"Antes, se me lembro bem, minha vida era um festim em que se abriam todos os corações, todos os vinhos corriam.
Consegui fazer desaparecer no meu espiríto toda a esperança humana. Para extirpar qualquer alegria dava o salto mudo do animal feroz.
Ora, ultimamente chegando ao ponto de dar o último basta! pensei em buscar a chave do antigo festim, que talvez me devolvesse o apetite dele.
A caridade é a chave. - Inspiração que prova que eu estava sonhando!
A gente não parte. Retoma o caminho, e carregando meu vício, o vício que me lançou raízes de dor ao meu lado, desde a idade da razão, e sobe ao céu, me bate, me derruba, me arrasta.
A quem me alugar? Que animal é preciso que adore? Que santa imagem nos agredirá? Que corações partirei? Que mentiras devo sustentar? Em que ânimo avançar?
Ah! Estou tão abandonado que ofereço à não importa que imagem divina os impulsos para a perfeição.
Nas estradas, por noites de inverno, sem morada, sem um abrigo, sem pão, uma voz comprimia meu coração gelado: "Fraqueza ou força: Está aí, é força. Não sabes nem onde vais nem por que vais, passas por tudo, respondes a tudo. Não te matarão mais, por já seres cadáver". De manhã tinha o olhar tão perdido e o aspecto tão morto que os que encontrava teriam podido não me ver.
O tédio já não é meu amor. As raivas, as farras, a loucura de que sei todos os ímpetos e os desastres - larguei meu fardo inteiro.Vejamos sem vertigem a medida da minha inocência.
Não sou prisioneiro da minha razão.Quanto à felicidade estabelecida, doméstica ou não... não, não posso. Sou dissipado demais, fraco demais. Farsa permanente! Minha inocência me fará chorar. A vida é a farsa a ser levada por todos.
Engoli um senhor gole de veneno. - Três vezes abençoado seja o conselho que me deram! - As entranhas me ardem. A violência do veneno torce meus membros, me torna disforme, me prosta. Morro de sede, sufoco, não consigo gritar. É o inferno, a pena eterna! Vejam como o fogo se ergue! Queimo como deve ser.
Um homem que quer se mutilar está condenado, não é? Não creio no inferno, pois estou nele. Não estão lá boas gentes, que me querem bem?... Venham... Tenho um travesseiro na boca, não me escutam, são fantasmas. Ademais, nunca ninguém pensa no outro. As alucinações são inumeráveis. É bem o que eu sempre tive: não nais fé na história, o esquecimento dos princípios. Não falo deles: poetas e visionários teriam inveja. Sou mil vezes mais rico, sejamos avaros como o mar.
Quero desvelar todos os mistérios: mistérios religiosos ou naturais, morte, nascimento, futuro, passado, cosmogonia, nada.
Ouçam!...Tenho todos os talentos!- Não há ninguém aqui e há alguém: não gostaria de espalhar meu tesouro.Minha vida não passou de doces loucuras, é lamentável.Decididamente, estamos fora do mundo.Ah! Voltar à vida! Lançar os olhos sobre nossas deformidades. E este veneno, este beijo mil vezes maldito! Minha fraqueza, a crueldade do mundo!"
(Fragmentos de Une Saison en Enfer (Uma Temporada no Inferno) - Arthur Rimbaud, 1873)
Poesias/ frases: Jim Morrison

Sabem do febril progresso sob as estrelas?
Sabem que nós existimos?
Esqueceram porventura as chaves do Reino?
Já foram dados à luz e estão vivos?
Vamos reinventar os deuses e os mitos das idades;
Celebrar símbolos do mais fundo das antigas florestas (Esqueceram as lições da guerra pretérita)
Sabem que temos sido levados à matança por almirantes plácidos e que
gordos e calmos generais se tornam lascivos perante o sangue jovem ?
O grão criador dos seres concede-nos uma hora mais
pra mostrarmos nossas artes e completarmos as vidas,
medo da morte no Avião;
E a noite era aquilo que a Noite deveria ser;
Uma garota, uma garrafa, e um abençoado sonho.
Espalhei a minha semente pelo coração da nação;
Injetei um gérmen no sangue da veia psíquica.
Abraço agora a poesia do negócio e torno-me – por um tempo – um “Príncipe da Indústria”
Um líder natural, um poeta, um Xamã, com alma de palhaço.
O que faço no meio da arena, na Praça de Touros;
Todas as figuras públicas lutando pela liderança
Estar bêbado é um bom disfarce.
Bebo para poder falar aos idiotas. O que me inclui. [...]
Adeus América, eu amei-te.
Poder
As pessoas precisam de Fios,
Escritores, heróis,
estrelas, dirigentes
Para dar sentido à vida
O barco de areia de uma criança virado para o sol.
Soldados de plástico na guerra suja em miniatura.
Fortalezas.
Navios de Guerra de Garagem.
Rituais, teatro, danças
Para reafirmar necessidades Tribais & memórias
um chamamento para o culto, unindo acima de tudo,
um estado anterior,um desejo da família & a magia certa da infância.
"Ouçam, a verdadeira poesia não diz nada, apenas destaca as possibilidades. Abre todas as portas. As pessoas podem atravessar aquela que se lhes ajusta. ... e é por isso que sinto pela poesia este apelo tão forte – porque é eterna. Enquanto houver pessoas, elas podem lembrar-se de palavras ou combinações de palavras. Mas nada pode sobreviver ao holocausto a não ser a poesia e as canções. [...]. Se a minha poesia pretende atingir alguma coisa, é libertar as pessoas dos limites em que se encontram e que sentem."
"O GÊNERO DE LIBERDADE MAIS IMPORTANTE, É SERES VERDADEIRO
TROCAS A TUA REALIDADE POR UM PERSONAGEM
TROCAS OS TEUS SENTIDOS POR UMA ATUAÇÃO
DESISTES DA CAPACIDADE E EM TROCA POES UMA MÁSCARA
NÃO PODE HAVER UMA REVOLUÇÃO EM GRANDE-ESCALA, SE ANTES NÃO HOUVER REVOLUÇÃO INDIVIDUAL DA PESSOA
PRIMEIRO TEM QUE ACONTECER CÁ DENTRO."
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Crônicas de uma mulher apaixonada (by Afrodite)
Aqui, vão ser relatadas algumas situações que ela passa no que diz respeito ao amor. Ah sim, o nome verdadeiro dessa persona tão querida por mim, vai ficar em off!
" Antigamente eu usava o velho e amigo diário pra relatar tudo o que eu passava durante o dia, ou os acontecimentos mais importantes. Era um tempo em que eu ainda acreditava em príncipe encantado e todas aquelas baboseiras que acreditamos enquanto se é criança. Mas o engraçado é que eu sempre tive aversão ao casamento e namoro (isso aí eu não consigo entender...), eu só pensava em morar sozinha, trabalhar e estudar.
Hoje, os diários foram quase extintos e descobri que aquele papo de príncipe encantado era tudo furada, uma mentira motherfucker que nos é empurrada. Tenho um emprego relativamente razoável, estudo e moro sozinha. Bem, tudo aquilo que eu almejava acabei conseguindo. Mas realmente isso não é o suficiente pra mim. EU QUERO AMOR!
Tenho um namorado que eu amo, amo muito. Mas creio que eu não receba a atenção que eu mereça. Se eu ligo (2x por dia) ou mando msg dizendo que estou com saudades, ele me chama de grudenta. O engraçado é que ele tem toda a liberdade do mundo para sair com seus amigos, enquanto eu não posso sair com minhas amigas (ele diz que pode e tals, mas é tudo faixada, pq é só eu comentar que tem alguma festinha de uns amigos que ele já faz "aquela" cara ou fica fazendo piadinha tipo: vai lá com os seus amigos vai!). Daí, o que o meu lado submistaFDP faz? Não sai. Acata. Sou uma mulher independente prisioneira do amor. Mas sabe o que é intrigante? Se eu não ligo pra ele, ou mesmo vou dar uma volta por esse mundão, ele fica insinuando coisas, tipo: "então, curtiu a farra?" ou "nossa, nem me ligou né...também você deveria estar bastante ocupada que esqueceu de mim". EU NÃO CONSIGO ENTEDE-LÔ! E isso me deixa infeliz e frustrada ao ponto de atrapalhar minha vida, trabalho, estudos. Vivo numa montanha russa diariamente. Não nos vemos todos os dias, somente aos finais de semana, mas sempe que estou com ele tenho que medir minhas palavras e atitudes para não aborrecê-lo. Meu analista (é, cheguei ao ponto de precisar de análise) diz que isto é um relacionamento destrutivo e que eu não deveria me submeter a tais coisas e que eu deveria terminar este relacionamento... blá blá blá. Sou uma mulher que me valorizo, mas admito que nesta situação estou me deixando de lado e dando mais valor à ele. Já passou por diversas vezes na minha cabecinha em terminar o namoro, mas não consigo porque apesar de tudo ele me dá amor, carinho, dedicação. A minha amiga Dani, dona desse blog entende perfeitamente o que eu estou passando, pois ela vive quase a mesma coisa que eu (Ps. da Dani- Vc quer me foder, né amiga!) e sabe que neste caso, não é tão simples assim terminar um namoro, ainda mais quando você ama a pessoa. Mas definitivamente, estou explodindo de frustração..."
Mais de "Crônicas de Afrodite- Uma mulher apaixonada" núm próximo post, ou quando ela me autorizar a relatar seus causos complicados! E como são complicados, viu?
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Extinto ( De: Pajé )
A chama que envolve minha alma afogando brasas em meu peito.
Sobrou um 'caco de vidro' entre o corpo e a alma.
São seres enjaulados e seus senhores da desgraça!
Nasci em terras de lendas, fuga na história
e em buscas pela 'felicidade egoísta'?
Entreguei todo ouro em troca de abraços!?
Alma clama paz... Quando o inimigo escreve nossas histórias!
Contente com descobrimento e a ilusão de uma presença evolutiva...
Sobraram pétalas caídas em sangue derramado que um dia existia.
Fico de olhos bem abertos com horror coagulado na mente!
Atacaram fogo na praça, chamaram-me demente.
E descontente com descobrimento...
Executado, caçado, roubado!
Fui só mais um dos mutilados!
Meu deus correu quando o diabo apareceu!
A noite se transformou em dia...
Cai no centro extinto da minha própria rotina!
Virei o amor de nada ser amado...
Minha alma hoje sangra e meu corpo não estanca...
Não tenho mais família e a natureza já não me ama.
Hoje não existo, onde antes todos, eram bem-vindos!
Meu erro foi à vaidade de uma grande ceia.
Uma pacífica recepção de seres aparentes...
E na verdade deveria ser um grito de guerra!
Hoje, histórias em papeis...
É escrita sem cores!
Será que teria muito vermelho nos olhos infantis?
No final seremos então todos extintos...
Pois só existe um, de cada um de nós!
De. Pajé
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Cirurgia de lipoaspiração?
terça-feira, 23 de junho de 2009
Tédio...
domingo, 31 de maio de 2009
Um pouco de realidade...
Como garantimos o futuro dos nossos filhos
Nunca me esqueci daquele dia. Chegaram os resultados: eu estava grávida e meu marido, desempregado. Mas nem pensei em tirar a criança e acabar excomungada em Pernambuco. Não, usei a criatividade, vendi espaço publicitário nas ultrassonografias dos bebês (era um casal de gêmeos) e assim paguei o parto e a maternidade. Na hora do batizado não homenageei avô, nem tia, nem padrinho. E graças as seus nomes, nossos filhos Nokia e Ruffles foram muito mais lucrativos do que aquele bando de Wellinsons e Daianes, Taianes, Raianes...
Depois veio a hora da escola. Aí foi meu marido, pós-doutorado em educação e ainda desempregado, quem teve a iniciativa, ao declarar: "educação é coisa do passado e eu sou prova viva disso. Vamos batalhar pelo direito desses moleques trabalharem desde bebê".
E em vez de entrar em creche, eles entraram no mercado. Bebês-propaganda, anunciando e consumindo de tudo. No começo, bonecas, doces e brinquedos. Depois, gordura trans, bebida alcoólica, cigarros. E por fim, drogas e armas. Se essas são as coisas que mais movem dinheiro no planeta, como deixar nossos filhos queridos fora disso?
E foi através da educação das crianças que descobrimos nossa nova ética. Quais os valores pelos quais todo mundo briga? Igualdade? Que o quê! Todo mundo é desigual desde que nasce. Se você tem dúvida, vá visitar as maternidades do plano de saúde e as públicas. E tem mais: o importante não é saber o valor das coisas, é ter mais dinheiro do que seu vizinho para comprá-las. Porque no nosso mundo quem compra é que manda. Foi o que ensinamos para Ruffles e Nokia. Não precisamos de cidadania, de título de eleitor, de identidade. Nossa identidade é o tênis que a gente usa e o carro que a gente compra. E viver é gastar no cartão.
E foi assim que vivemos. Hoje, eu e meu marido estamos mortos e felizes, vendo nossos filhos vivos e bem-sucedidos enquanto curtimos nossa vida eterna aqui no céu. Ou melhor, num paraíso fiscal.
Autor: Cesar Cardoso, escritor
Fonte Revista Caros Amigos, Ano XIII 146 Maio 2009, pág. 19
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Para uma apaixonada... MAIAKOVSKI
Os adultos fazem negócios.
Têm rublos nos bolsos.
Quer amor? Pois não!
Ei-lo por cem rublos!
E eu, sem casa e sem teto, com as mãos metidas nos bolsos rasgados, vagava assombrado.
À noite vestis os melhores trajes e ides descansar sobre viúvas ou casadas.
A mim Moscou me sufocava de abraços com seus infinitos anéis de praças.
Nos corações, no bate o pêndulo dos amantes.
Como se exaltam as duplas no leito do amor!
Eu, que sou a Praça da Paixão, surpreendo o pulsar selvagem do coração das capitais.
Desabotoado, o coração quase de fora, abria-me ao sol e aos jatos díágua.
Entrai com vossas paixões! Galgai-me com vossos amores!
Doravante não sou mais dono de meu coração!
Nos demais - eu sei, qualquer um o sabe!
O coração tem domicílio no peito.
Comigo a anatomia ficou louca.
Sou todo coração - em todas as partes palpita.
Oh! Quantas são as primaveras em vinte anos acesas nesta fornalha!
Uma tal carga acumulada torna-se simplesmente insuportável.
Insuportável não para o versos de veras."
Adultos- Wladimir Maiakovski
Ps.Mais posts serão dedicados á esse incrível poeta!segunda-feira, 4 de maio de 2009
Zeca Baleiro- Blues do Elevador
"ora quem é que não sabe
o que é se sentir sozinho
mais sozinho que um elevador vazio
achando a vida tão chata
achando a vida mais chata
do que um cantor de soul
sou eu quem te refresca a memória
quando te esqueces de regar as plantas
e de dependurar as roupas brancas no varal
só faz milagres quem crê que faz milagres
como transformar lágrima em canção
vejo os pombos no asfalto
eles sabem voar alto
mais insistem em catar as migalhas do chão
sei rir mostrando os dentes
e a língua afiada
mais cortante que um velho blues
mas hoje eu só quero chorar
como um poeta do passado
e fumar o meu cigarro
na falta de absinto
eu sinto tanto eu sinto muito eu nada sinto
como dizia Madalena
replicando os fariseus
quem dá aos pobres empresta
adeus"
Blues do Elevador, do álbum "Líricas"-Zeca Baleiro
terça-feira, 7 de abril de 2009
NÃO DEIXE O AMOR PASSAR
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.
(Carlos Drummond de Andrade)
Olhos verdes: Encontrei você!!!
domingo, 29 de março de 2009
Willian Blake: Abrindo as portas da percepção!!!

Na terceira parte do filme Hannibal Lecter, o psicopata tatua uma figura em seu corpo, que posteriormente é roubada de um museu e engolida por ele. Essa figura nada mais é do que uma das telas pintadas por Willian Blake!
Compartilho aqui 2 passagens dessa magnífica obra em prosa:


“A antiga tradição de que o mundo seria consumido em fogo no fim de seis mil anos é verdadeira, como ouvi no Inferno. Pois o querubim com sua espada flamejante será por isso mandado a deixar seu posto na árvore da vida, e quando ele o fizer, toda a criação será consumida e se mostrará infinita e sagrada, assim como se mostra agora finita e corrupta. Isso ocorrerá por uma aperfeiçoamento do gozo sensual. Mas, antes, a noção de que o homem tem um corpo distinto da alma tem de ser eliminada; isto devo fazer, imprimindo o método infernal, com corrosivos, que no Inferno são salutares e medicinais, derretendo superfícies aparentes e mostrando o infinito que estava escondido. Se as portas da percepção fossem abertas, tudo apareceria ao homem tal qual é, infinito. Pois o homem fechou a si mesmo, vendo as coisas através de estreitas fissuras de sua caverna."
Links interessantes:
quarta-feira, 25 de março de 2009
...recebi dos Olhos Verdes mais lindos do mundo!
Meu corpo com um dragão.
Deixei que beijasse as formas
E, também o dragão.
Colocada entre meu Peito...
Voava entre seus beijos.
Meu corpo ficou marcado
Pelas delícias de seus beijos
Suas mãos tatuaram meu ser
De amor e paixão."
Ah, Olhos Verdes... primeiro foi flores e agora isso!!! Assim eu fico mais apaixonada por você Luis Olhos Verdes Mais Lindos do Mundo!!!
De volta (depois de um tempo sem PC) com Willian Blake
"É suficiente! ou basta"
O casamento do céu e do inferno.
Willian Blake
Continua...
quinta-feira, 5 de março de 2009
Continuando... Viajando com Baudelaire
O CONVITE À VIAGEM
( As Flores do Mal)
Minha doce irmã,
Pensa na manhã
Em que iremos, numa viagem,
Amar a valer,
Amar e morrer
No país que é a tua imagem!
Os sóis orvalhados
Desses céus nublados
Para mim guardam o encanto
Misterioso e cruel
Desse olhar infiel
Brilhando através do pranto.
Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.
Os móveis polidos,
Pelos tempos idos,
Decorariam o ambiente;
As mais raras flores
Misturando odores
A um âmbar fluido e envolvente,
Tetos inauditos,
Cristais infinitos,
Toda uma pompa oriental,
Tudo aí à alma
Falaria em calma
Seu doce idioma natal.
Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.
Vê sobre os canais
Dormir junto aos cais
Barcos de humor vagabundo;
É para atender
Teu menor prazer
Que eles vêm do fim do mundo.
— Os sangüíneos poentes
Banham as vertentes,
Os canis, toda a cidade,
E em seu ouro os tece;
O mundo adormece
Na tépida luz que o invade.
Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.
Fonte: http://www.algumapoesia.com.br
quarta-feira, 4 de março de 2009
Me embriagando com...BAUDELAIRE
É preciso estar sempre embriagado. Aí está: Eis a única questão
Para não sentirem o fardo horrível do Tempo
que verga e inclina para a terra,
é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê? Com vinho, poesia ou virtude,
a escolher.
Mas embriaguem-se.
E se, porventura, nos degraus de um palácio,
sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto,
a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar,
pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio,
a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são;
E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se!
Para não serem os escravos martirizados do Tempo,
embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso".
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
(Charles Baudelaire-Pequenos Poemas em prosa.)
Teu ar, teu gesto, tua fonte
São belos qual bela paisagem;
O riso brinca em tua imagem
Qual vento fresco no horizonte.
A mágoa que te roça os passos
Sucumbe à tua mocidade
À tua flama, à claridade
Dos teus ombros e dos teus braços.
As fulgurantes, vivas cores
De tua vestes indeiscretas
Lançam no espírito dos poetas
A imagem de um balé de flores.
Tais vestes loucas são o emblema
De teu espírito travesso;
Ó louca por quem enlouqueço,
Te odeio e te amo, eis meu dilema!
Certa vez, num belo jardim,
Ao arrastar minha atonia,
Senti, como cruél ironia
O Sol erguer-se contra mim;
E humilhado pela beleza
Da primavera ébria de cor,
Ali castiguei numa flor
A insolência da Natureza.
Assim eu quisera uma noite,
Quando a hora da volúpia soa,
Às frondes de tua pessoa
Subir, tendo à mão um açoite,
Punir-te a carne embevecida,
Magoar o teu peito perdoado
E abrir em teu flanco assustado
Uma larga e funda ferida,
E, como êxtase supremo,
Por entre esses lábios frementes,
Mais deslumbrantes, mais ridentes,
Infundir-te, irmã, meu veneno!
(Charles Baudelaire -As Flores do Mal)
As minhas viagens e momentos ébrios com esse fantástico e um dos "poetas malditos" Baudelaire, continuará em um outro post com a maravilhosa obra: "O poema do Haxixe e do Vinho" e "As Flores do Mal"...
É só aguardar e se embriagar com poesia, vinho,virtude ou porque não, com os três juntos???
domingo, 1 de março de 2009
Um certo moço de olhos-verdes...
Volúpia- Florbela Espanca
No divino impudor da mocidade
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
-Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Compartilhando sentimentos com... HAMLET
"Ser ou não ser- eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias-
E, combatendo-o, ou dar-lhe fim? Morrer; dormir;
Só isso. E com o sono- dizem- extinguir
Dores do coração e as mil mazelas naturais
A que a carne é sujeita; eis uma consumação
Ardentemente desejável. Morrer- dormir-
Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando tivermos escapado ao tumulto vital
Nos obriga a hesitar: e é essa a reflexão
Que dá à desventura uma vida tão longa.
Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,
A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,
As pontadas do amor humilhado, as deslongas da lei,
A prepotência do mando, e o achincalhe
Que o mérito paciente recebe dos inúteis,
Podendo ele próprio, encontrar seu repouso
Com um simples punhal? Quem aguentaria fardos,
Gemendo e suando numa vida servil,
Senão porque o terror de alguma coisa após a morte-
O país não descoberto, de cujos confins
Jamais voltou nenhum viajante- nos confunde a vontade,
Nos faz preferir e suportar os males que já temos,
A fugir pra outros que desconhecemos?
E assim a reflexão faz todos nós covardes.
E assim o matiz natural da decisão
Se transforma no doentio pálido do pensamento.
E empreitadas de vigor e coragem,
Refletidas demais, saem de seu caminho,
Perdem o nome de ação."
(Hamlet- Willian Shakespeare, 1603 Ato III; Cena I)
Um pouco da obra: A história tem origem nas lendas escandinavas. Hamlet, um jovem príncipe dinamarquês, fica perturbado com a morte do rei, seu pai, e com o segundo casamento da rainha,sua mãe Gertrudes, com seu tio Claudio. Hamlet tem conhecimento, através do fantasma de seu pai, que fora assassinado pelo seu tio Claúdio, ficando assim com a rainha e com o reino. O fantasma clama por vingança. Então, Hamlet fingi-se de louco por boa parte do tempo. Seu plano de vingança para desmascarar o tio começa com um grupo de teatro encenando a morte de seu pai diante do rei Claúdio e de sua mãe, dispertando assim, a ira de seu tio/padrasto. Daí então acontecem muitas confusões, destancando -se em muitas mortes ( Polônio- pai de Ofélia, morto acidentalmente por Hamlet; Ofélia, grande amor de Hamlet- que logo após a morte do pai e o desprezo "mentiroso" de Hamlet,enlouquece e se suicida; Gertrudes, mãe de Hamlet/rainha- toma um vinho envenenado destinado ao filho, etc). Leiam essa maravilhosa obra e descubram o que aconteceu com esse extraordinário personagem do teatro.
Ah... e essa maravilhosa figura aí acima, é uma pintura de Delacroix, que tem o seguinte título: Hamlet e Horácio no cemitério, e também é a capa do livro da L&PM.
HAMLET- WILLIAN SHAKESPEARE. Tradução de Millôr Fernandes / Porto Alegre: Coleçao L&PM, 1997. 140 pgs.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Mais Morrison!!!


Jim deixou-nos algumas canções e outros poemas. Viajou por terras onde nunca alguém havia penetrado e daí extraiu, por magia ou eloquência, o hedonismo da conquista. Violou o que de mais precioso nos pertence – O nosso lado mais secreto com as divindades. Por tal, não merece a redenção. Mas será que alguma vez a procurou? Esta noite não pretende ser uma homenagem a Jim Morrison. Nem tão pouco uma noite de evocação ou prantos. Uma reunião? Talvez… Um reencontro de energias onde o Xamã Álvaro Costa convoca Rui Pedro Silva e exorta os mitos e as lendas de um poeta – Era só isso que Jim queria. Ser um poeta como Kerouac ou Rimbaud. Nada mais… Indiferentes a sua mais ínfima vontade, fizemos de James Douglas Morrison a maior Rock Star de todos os tempos.No final da transmissão, conversa e uma revisita á música dos Doors, com o Dj Lizard Mojo… Noite dentro… Nas penetráveis portas da Casa das Artes.
Créditos: http://jimmorrisonpoeta.blogspot.com/
contra inocentes pastores que
A gozação permanentete reivindicou
Palavras de Índios: A destruição e o desrespeito à Natureza desde muitos anos atrás.
“O homem branco jamais se preocupou com a terra, nem com o veado, nem com o urso. Quando nós, índios, matamos um animal, comemos ele todo. Quando queremos arrancar uma raiz, fazemos pequenos buracos no chão. Quando construímos casas, também fazemos pequenos buracos. Quando queimamos a erva contra os gafanhotos, não arruinamos tudo. Recolhemos as bolotas e as pinhas. Não derrubamos árvores. Usamos apenas madeira morta. Mas os brancos reviram a terra, arrancam as árvores, matam tudo. A árvore diz “Não! Eu sou sensível. Não me fira”. Mas eles a derrubam e a cortam em pedaços. O espírito da terra os odeia. Eles destroem as árvores e as puxam pelas entranhas. Eles serram as árvores. Isto as fere. Os índios nunca ferem nada, enquanto os brancos destroem tudo. Explodem rochas e as espalham pelo chão. A pedra diz “Não! Você está me ferindo”. Mas o branco não presta atenção. Quando os índios usam pedras, escolhem as menores e arredondadas que servem para a cozinha. Como é que o espírito da terra pode gostar do homem branco? Onde o branco põe a mão há sofrimento.”
Hehaka Sapa, ou Alce Negro, chefe e místico Sioux Oglala explica-nos a importância e o simbolismo do círculo para o índio...
“Vocês já perceberam que tudo o que um índio faz está dentro de um círculo, isto porque o Poder do Mundo trabalha sempre em círculos e as coisas todas tentam ser redondas. Nos velhos dias, quando ainda éramos um povo forte e feliz, o nosso poder provinha do anel sagrado da nação, e enquanto este anel manteve-se intacto o povo floresceu. A árvore florida era o centro vivo do anel e o círculo dos quatro quadrantes a alimentava. O leste trazia a paz e a luz; o sul, o calor; o oeste, a chuva; e o norte, com seu vento rijo e frio, trazia a força e a paciência. Este conhecimento foi a religião que nos trouxe do mundo exterior. Tudo o que o Poder do Mundo faz é feito em círculo. O céu e redondo e ouvi dizer que a terra é redonda como a bola, e as estrelas também. O vento, no seu máximo poder, rodopia. Os pássaros constroem ninhos em círculos, pois a religião deles é igual à nossa. O sol vem e vai num círculo, como a lua, e ambos são redondos. Mesmo as estações formam um grande círculo em suas mudanças, voltando sempre ao ponto em que estiveram. A vida de um homem é um círculo de infância a infância, e assim em tudo o que o poder move. Nossas tendas eram redondas como os ninhos dos pássaros e dispostas em círculo, o anel da nação, um ninho de muitos ninhos que o Grande Espírito nos deu para gerar nossos filhos.”
O chefe de um dos principais grupos de índios Pés-Pretos rejeita os valores monetários do homem branco, respondendo aos delegados norteamericanos que lhe pedem para assinar um dos primeiros contratos de venda de terra na região de Milk River, perto da fronteira norte-noroeste de Montana.
“Nossa terra vale mais do que seu dinheiro. Ela irá durar para sempre. Nem mesmo as chamas do fogo poderão destruí-la. Enquanto o sol brilhar e as águas correrem, ela continuará aqui dando vida aos homens e aos animais. Não podemos vender as vidas dos homens e dos animais; portanto, não podemos vender essa terra. Foi o Grande Espírito que a destinou para nós e não podemos vendê-la porque não nos pertence. Vocês podem contar seu dinheiro - e guardá-lo no chifre de um búfalo, mas só o grande Espírito pode contar os grãos de areia e as folhas de grama desta planície. Nós daremos de presente o que quiserem. Mas a terra, jamais. A orgulhosa tribo dos Nez Percé (Nariz Furado) era chefiada por um homem notável chamado Hin-mah-too yah-lat-kekht, ou Trovão-das-Alturas-Sublimes-da-Montanha, ou apenas Chefe Joseph, referido anteriormente numa passagem em que descreve a morte do pai. Seu amor pela terra natal era inesgotável, e Chefe Joseph perseverava no esforço de permanecer nos vales e montanhas em que havia nascido. Neste trecho ele deixa claro (como costumava fazer) seus sentimentos com relação à propriedade da terra. A terra foi criada com o auxílio do sol e deveria ser deixada como está... O campo foi feito sem linhas de demarcação e não compete ao homem demarcá-lo... Vejo os brancos por toda a parte buscando riquezas, e vejo que querem nos dar terras sem valor... A terra e eu somos uma coisa só. A medida da terra e a medida de nossos corpos é á mesma. Digam-nos, se puderem, que o Poder Criador os enviou para falar conosco. Vocês talvez pensem que foram enviados para fazer de nós o que bem entenderem. Se eu achasse que foi o Criador quem os mandou, consentiria que vocês têm direitos sobre mim. Não interpretem mal meu sentimento de amor à terra. Eu nunca disse que a terra era minha para fazer com ela o que eu quisesse. O único com direito a dispor da terra e aquele que a criou. O que exijo é o direito de viver em minha terra e lhes concedo o privilégio de viverem na de vocês.”
Smohalla, fundador da religião do sonhador, nasceu entre 1815 e 1820 e pertencia aos Sokulk, pequena tribo dos Nez Percé que vivia em Priest Rapids, margem oriental do rio Columbia, no Estado de Washington Smohalla destacou-se como guerreiro, começando a seguir a pregar a “religião do sonhador”. O Chefe Joseph dos Nez Percé, adepto da sua “religião do sonhador” propunha e preconizava um retorno às concepções nativas, particularmente as da Terra-Mãe benigna, os sonhos sendo a única fonte de poder sobrenatural. O texto a seguir mostra alguns aspectos da doutrina, que atraiu muitos adeptos, entre os jovens:
“Meus jovens não devem trabalhar. Os homens que trabalham não podem sonhar, e a sabedoria nos vem através dos sonhos. Vocês me pedem para lavrar a terra. Devo então pegar uma faca e enterrá-la no peito de minha mãe? Assim, quando eu morrer, não poderei entrar em seu seio para descansar. Vocês me pedem para cavar à procura de pedras. Devo então rasgar-lhe a pele para arrancar seus ossos? Assim, quando eu morrer, não poderei entrar em seu corpo para nascer de novo. Vocês me pedem para cortar o capim, fazer o feno, vendê-lo e ficar rico como o homem branco. Mas como posso cortar os cabelos de minha mãe?”
A Carta do Cacique Seattle, em 1855
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz já 147 anos. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:
"O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra. Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência. Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."
domingo, 1 de fevereiro de 2009
A gente não parte. Retoma o caminho!
Como dizia meu camarada Rimbaud “a gente não parte, retoma o caminho”.
Porém nessas retomadas o que fica é saudade...
Prazer, meu nome é saudade!
Deixei amigos, amores (um grande amor), afetos, meu time de volêi
Sem olhar pra trás.
Seria isso frieza? Talvez desapego?
Não, nada disso
Muitas vezes temos que seguir em frente
Apostar todas as fichas no “tudo ou nada”.
Efeitos colaterais? Muitos...
A cada partida deixo um pedaço do meu coração
Pessoas especiais partiram para sempre
Retornaram para os braços da Deusa
E nem pude me despedir e ao menos dizer que as amava
Não há arrependimento nisso, mas fica cá a saudade.
Prazer, meu nome é saudade!
Lembranças...
Fizeram da minha alma morada permanente
Tristeza... Um tantinho só
Alegria... Muita. Alegria em saber que durante minha jornada
Conheci e amei seres extraordinários, cada um ao seu modo.
Mas com a licença do mestre Rimbaud
Repito: “a gente não parte, retoma o caminho”
E digo mais: “estou loucamente determinada a viver a Liberdade Livre”.
O que passou, passou e o que interessa agora é o presente
E o que vem pela frente!
...aos meus amigos queridos que viveram intensamente e se foram (Eduardinho, meu primão Claudinho, Douglas, Neto, Ewerton "frutinha" e meu paizão Ronan). E aos amigos que mesmo loooonge demais da conta, graças a Deusa ainda estão presentes: Erikinha (minha fadinha!), Ana Claúdia, Edu, toda a galera do time de Hand e Volêi de muuuitos anos atrás, todo o povão aí de P.P. e tantos outros...
Digo-lhes que, com vocês, passei os melhores momentos de toda a minha vida até agora! A saudade se faz presente porém, o que fica forte é a alegria de ter compartilhado com vocês momentos memoráveis, extraordinários. Amei e amo vocês intensamente...Mito da Roda do Ano
E a Roda vai girando...

...Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus e o Rei da Morte que guia as Almas perdidas através dos dias escuros de inverno.
..Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa. Assim, o Rei
das Sombras trasforma-se na Criança da Promessa, o Filho do Sol, que devera nascer
para restaurar a Natureza.
..Em Imbolc, a luz cresce, o Deus renascido em Yule se manifesta com todo o seu vigor, e a Criança da Promessa cresce com vitalidade e é festejada, pois os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança.
..Em Ostara, Luz e Sombras são equilibradas. A Luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do Inverno. A Deusa e a virgem e o Deus renascido e jovem e vigoroso. O amor sagrado da Deusa e do Deus e a promessa do crescimento e da fertilidade.
..Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus e o Caçador Alado. Ao ser perseguida pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo.
..Chega então Litha. A Deusa e a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e vitalidade. O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao Pais de Verão. A Deusa e pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão.
..Em Lammas, a Deusa da a luz e o Deus novamente morre pela Deusa. A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir. O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce. No ápice de sua abundancia, Ele retorna através Dela.
..Em Mabon, as Luzes e as Trevas se equilibram novamente; porem o Sol começa a minguar mais rapidamente. O Deus torna-se então o Ancião, o Senhor das Sombras.
..Chega novamente Samhain e então o ciclo recomeça, e assim tudo retorna a Deusa.
..Assim sempre foi e assim sempre será !
domingo, 25 de janeiro de 2009
Lammas: Momento de agradecimento!!!

“Lammas é o tempo de dar gratidão pelo que você começou a receber e sacrificar o que você puder para receber mais”.
Lammas ou Lughnasadh, celebrado em 02 de Fevereiro aqui no Hemisfério Sul, marca o fim do verão e o início da época da colheita. Honramos o Deus Céltico do Sol: Lugh (o maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos). Deus das colheitas, do Fogo, da luz e do Sol. Ele foi o Rei dos Tuatha de Danan e consorte de Dana, a primeira Grande Mãe da Irlanda. Dana, como a rainha de Lugh e a Deusa Mãe, é também honrada nesse Sabbat.
As noites já começaram a ficar mais longas, desde o Solstício de Verão; aproximando-se a época da partida do Deus para a Terra do Verão, deixando a sua própria semente no ventre da Deusa, de onde renascerá (mantendo o eterno ciclo do nascer-morrer-renascer).
Como na vida tudo o que se planta colhe, está é uma época de agradecimento aos Deuses por tudo o que colhemos. Agradece-se ao que foi bom e também ao que pareceu ruim, pois tudo o que acontece na vida faz parte no caminho evolutivo de cada um. E é tempo de ensinar o que você aprendeu com os frutos colhidos nessa primeira colheita
Podemos honrar a Deusa como a Senhora da abundância e o Deus como o Sol que declina, já que ele se sacrificará para doar sua energia às sementes da segunda colheita, para que a vida seja sustentada.
A Morte sacrificial e o renascimento de Lugh, assim como a colheita dos grãos, estão sempre conectados a Lammas, simbolizando que sempre o Deus morrerá para renascer novamente através da benevolência da Deusa.
Outros aspectos desse Sabbat contêm a representação do crescimento do nascimento, da honra e do agradecimento à Deusa, pelo seu ventre que cultivou as sementes, e a Lugh, em seu aspecto de Deus Sol, pelas bênçãos e fertilização do ventre da Deusa com seu calor e luz.
Era tradição também, até meados de 1500, casais firmarem um casamento de um ano e 1 dia
O sentido da visão da luz que está trazendo a frutificação das sementes da Primavera é o mistério de Lammas. Mas esse Sabbat também é um momento de espera, quando as sementes são colhidas na esperança doe novas vidas que virão.
Neste sabat tenho muito à celebrar e agradecer... as sementes plantadas já estão sendo colhidas! Graças a Deusa ( e o Deus também) os caminhos que estou trilhando estão a me levar para "um lugar bom"... Porém tenho também que refletir muito sobre isso, sobre esses caminhos e as novas sementes a serem plantadas. É um momento mágico e de extrema importância não só para mim, mas para todos os que seguem os caminhos da Deusa!!!
"NOS FRUTOS QUE AGORA COLHEMOS
ENCONTRAMOS AS SEMENTES QUE NOS ALIMENTAM AMANHÃ"
Florbela Espanca - Poesia a flôr da pele!

Em suas poesias descrevia sua inquietude e sofrimentos de uma vida tumultuada, aliados com doses de erotismo e feminilidade.
Florbela era filha de uma empregada e seu pai só reconheceu sua paternidade após seu falecimento. Casou- se 3 vezes e enfrentou forte preconceito devido as separações. Em 1919 publicou o Livro de Mágoas, ano em que sofrera de um aborto involuntário e começou a apresentar os primeiros sinais sérios de neurose. Seu primeiro casamento se desfez pouco tempo depois.
Casa-se pela segunda vez em 1921 e publica o Livro de Soror Saudade em 1923. Teve mais um aborto e separa-se pela segunda vez. Devido a esse fato, sua família afasta-se de Florbela, deixando-a muita abalada.Em 1925 casa-se pela terceira vez.
Em 1927 um fato marcou definitivamente Florbela: seu irmão querido falece em um trágico acidente. Escreve As Máscaras do Destino em sua homenagem. Com a perda do irmão, sua doença se agrava muito.
Em 1930, tenta o suicídio e sua neurose se agrava e descobre que também sofre de um edema pulmonar.
Em 2 de Dezembro de 1930, Florbela encerra seu Diário do Último Ano com a seguinte frase: "... e não haver gestos novos nem palavras novas." No dia do seu aniversário, em 08 de Dezembro Florbela D'Alma da Conceição Espanca suicida-se, ingerindo dois frascos de Veronal.
Os poemas de Florbela nos remete ao universo do amor, da arte de ser mulher, dos dissabores da solidão e das desilusões amorosas. Seus versos transbordam desejo, paixão, lirismo, erotismo e liberdade.
Aprecio seus poemas, pois seus versos traduzem muito do que eu sinto, do que eu penso, neles eu vejo as dores da minha alma concretizadas... É como se estivesse lendo sobre mim mesma!
Alma Perdida
(Livro de Mágoas)
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente…
Talvez sejas a alma, a alma doente
D’alguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste… e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz!…
Desejos Vãos
(Livro de Mágoas)
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras… essas… pisa-as toda a gente!…
O Meu Soneto
(A Mensageira das Violetas)
Em atitudes e em ritmos fleugmáticos,
Erguendo as mãos em gestos recolhidos,
Todos brocados fúlgidos, hieráticos,
Em ti andam bailando os meus sentidos…
E os meus olhos serenos, enigmáticos
Meninos que na estrada andam perdidos,
Dolorosos, tristíssimos, extáticos,
São letras de poemas nunca lidos…
As magnólias abertas dos meus dedos
São mistérios, são filtros, são enredos
Que pecados d´amor trazem de rastros…
E a minha boca, a rútila manhã,
Na Via Láctea, lírica, pagã,
A rir desfolha as pétalas dos astros!…
Anseios
(Trocando Olhares)
Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha cais!
Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais
Não valem o prazer duma saudade!
Tu chamas ao meu seio, negra prisão!…
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbre o brilho do luar!
Não ´stendas tuas asas para o longe…
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar!…
Visões da Febre
(Trocando Olhares)
Doente. Sinto-me com febre e com delírio
Enche-se o quarto de fantasmas
Uma visão desenha-se ante mim
Debruça-se de leve…
É uma mulher de sonho e suavidade
E disse-me baixinho:
“Eu me chamo Saudade,
E venho para levar-te o coração doente!
Não sofrerás mais; serás fria como o gelo;
Neste mundo de infâmia o que é que importa sê-lo
Nunca tu chorarás por tudo mais que vejas!”
E abriu-me o meu seio; tirou-me o coração
Despedaçado já sem uma palpitação,
Beijou-me e disse “Adeus!” E eu: “Bendita sejas!…”
Fontes:
http://www.prahoje.com.br/florbela/index.php
http://www.astormentas.com/biografia.aspx?t=autor&id=Florbela+Espanca